Capa da ‘Economist’ mostra Brasil no ‘atoleiro’

Para revista, país passa por pior momento desde o início dos anos de 1990.
Mas texto elogia Joaquim Levy e diz que país é ‘democracia robusta’.

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Para revista, país passa por pior momento desde o início dos anos de 1990. Mas texto elogia Joaquim Levy e diz que país é 'democracia robusta'.

A economia brasileira está uma bagunça e enfrentará dificuldades para sair do atoleiro onde se encontra. Assim definiu a última edição semanal da revista britânica The Economist, que dedicou uma matéria de capa sobre os atuais desafios do governo para retomar o crescimento
De acordo com a publicação, os problemas econômicos do país são bem maiores do que o governo possa admitir ou que os investidores pareçam perceber. A estagnação adormecida na qual o país caiu em 2013 está se tornando uma completa ? e provavelmente prolongada ? recessão, uma vez que a inflação pressiona os salários e a capacidade de pagamento das dívidas do consumidor, diz a revista.
Em 2009, a Economist publicou uma reportagem de capa ilustrada com a imagem do Cristo Redentor decolando como um foguete, sinalizando para um rumo promissor da economia. Mas a revista voltou atrás em 2013, mostrando o mesmo Cristo desgovernado, dando conta de que o país teria perdido a direção.
De acordo com a revista britânica, dois meses após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, os brasileiros estão percebendo que compraram falsas promessas. A publicação citou o aperto fiscal para equilibrar as contas públicas, os cortes de benefícios previdenciários e a elevação de impostos e preços que estavam represados, além da redução de subsídios a bancos públicos que antes eram repassados a setores e empresas.
A revista diz que, para crédito de Dilma, a presidente pelo menos reconheceu que o Brasil precisa de mais políticas pró-negócios se quiser reter o grau de investimento e retomar o crescimento. Esse reconhecimento, completa a Economist, é personificado na escolha de Joaquim Levy, um dos raros economistas liberais no país, para ministro da Fazenda.
Petrobras
A revista também mencionou o escândalo da Petrobras como uma das fragilidades do segundo mandato de Dilma: Um vasto escândalo de corrupção na Petrobras, a gigante estatal, complicou a situação de diversas das maiores construtoras e paralisou os investimentos na economia, pelo menos até que os promotores e auditores tenham cumprido seu trabalho.
Ainda segundo a publicação, o país enfrenta seu maior desafio desde o início da década de 1990. Os riscos são claros. Recessão e queda na arrecadação podem minar os ajustes do [ ministro da Fazenda] Joaquim Levy. Para a publicação, qualquer recuo nos indicadores econômicos pode ocasionar, este momento, uma fuga da moeda e um rebaixamento da nota de crédito do Brasil.
Para o país voltar a crescer, é preciso fazer mais do que tem sido feito, diz a publicação. Pode ser demais esperar de Dilma que reformule as arcaicas leis trabalhistas que ajudaram a retardar a produtividade, mas ela deveria ao menos tentar simplificar os impostos e cortar burocracias desnecessárias, sugere.
A ‘Economist’ destacou também que há sinais de tentativas de que o governo vai recuar de sua política de incentivo à indústria e encorajar mais o comércio internacional no que resta de uma economia super protegida.
A publicação amenizou a crise comparando o país com a atual situação econômica da Rússia, citando que o Brasil possui um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. A hora de colocar tudo no lugar é agora, finaliza.

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Sobre o autor

André Ribeiro

Designer do portal Últimas Notícias, especializado em ricas experiências de interação para a web. Tecnófilo por natureza e apaixonado por design gráfico. É graduado em Bacharelado em Sistemas de Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Capa da ‘Economist’ mostra Brasil no ‘atoleiro’

Para revista, país passa por pior momento desde o início dos anos de 1990. Mas texto elogia Joaquim Levy e diz que país é ‘democracia robusta’.

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Para revista, país passa por pior momento desde o início dos anos de 1990. Mas texto elogia Joaquim Levy e diz que país é 'democracia robusta'.

 

A economia brasileira está uma “bagunça” e enfrentará dificuldades para sair do “atoleiro” onde se encontra. Assim definiu a última edição semanal da revista britânica “The Economist”, que dedicou uma matéria de capa sobre os atuais desafios do governo para retomar o crescimento

De acordo com a publicação, os problemas econômicos do país são bem maiores do que o governo possa admitir ou que os investidores pareçam perceber. “A estagnação adormecida na qual o país caiu em 2013 está se tornando uma completa – e provavelmente prolongada – recessão, uma vez que a inflação pressiona os salários e a capacidade de pagamento das dívidas do consumidor”, diz a revista.

Em 2009, a “Economist” publicou uma reportagem de capa ilustrada com a imagem do Cristo Redentor decolando como um foguete, sinalizando para um rumo promissor da economia. Mas a revista voltou atrás em 2013, mostrando o mesmo Cristo desgovernado, dando conta de que o país teria perdido a direção.

De acordo com a revista britânica, dois meses após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, os brasileiros “estão percebendo que compraram falsas promessas”. A publicação citou o aperto fiscal para equilibrar as contas públicas, os cortes de benefícios previdenciários e a elevação de impostos e preços que estavam represados, além da redução de subsídios a bancos públicos que antes eram repassados a setores e empresas.

A revista diz que, para crédito de Dilma, a presidente “pelo menos reconheceu que o Brasil precisa de mais políticas pró-negócios se quiser reter o grau de investimento e retomar o crescimento”. Esse reconhecimento, completa a “Economist”, é personificado na escolha de Joaquim Levy, “um dos raros economistas liberais no país”, para ministro da Fazenda.

 

Petrobras

A revista também mencionou o escândalo da Petrobras como uma das fragilidades do segundo mandato de Dilma: “Um vasto escândalo de corrupção na Petrobras, a gigante estatal, complicou a situação de diversas das maiores construtoras e paralisou os investimentos na economia, pelo menos até que os promotores e auditores tenham cumprido seu trabalho”.

Ainda segundo a publicação, o país enfrenta seu maior desafio desde o início da década de 1990. “Os riscos são claros. Recessão e queda na arrecadação podem minar os ajustes do [ ministro da Fazenda] Joaquim Levy”. Para a publicação, qualquer recuo nos indicadores econômicos pode ocasionar, este momento, uma fuga da moeda e um rebaixamento da nota de crédito do Brasil.

Para o país voltar a crescer, é preciso fazer mais do que tem sido feito, diz a publicação. “Pode ser demais esperar de Dilma que reformule as arcaicas leis trabalhistas que ajudaram a retardar a produtividade, mas ela deveria ao menos tentar simplificar os impostos e cortar burocracias desnecessárias”, sugere.

A ‘Economist’ destacou também que há sinais de tentativas de que o governo vai recuar de sua política de incentivo à indústria e encorajar mais o comércio internacional “no que resta de uma economia super protegida”.

A publicação amenizou a crise comparando o país com a atual situação econômica da Rússia, citando que o Brasil possui um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. “A hora de colocar tudo no lugar é agora”, finaliza.

Redação do Jornal Nova Imprensa G1

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Sobre o autor

André Ribeiro

Designer do portal Últimas Notícias, especializado em ricas experiências de interação para a web. Tecnófilo por natureza e apaixonado por design gráfico. É graduado em Bacharelado em Sistemas de Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.