O cyberbullying, versão eletrônica do bullying, é o abuso de poder e agressões verbais ou escritas, implicando em discriminação, assédio ou crueldade física ou psicológica por parte de um indivíduo ou de grupo, com o intuito de intimidar ou amedrontar uma vítima, tendo a violência ocorrida no espaço digital, incluindo as redes sociais, salas de chat (conversa virtual), plataformas digitais, torpedos com fotos e textos constrangedores. As agressões ocorrem de forma intencional e são repetidas várias vezes, sem motivação aparente.

As maiores vítimas são os jovens, indiferente da idade, pois ficam mais tempo conectados e ainda não têm, às vezes, o devido cuidado para preservar sua intimidade e privacidade, tendo também casos de vítimas adultas.

É no ambiente virtual que as mensagens com imagens depreciativas ou mesmo comentários se alastram rapidamente e tornam a prática do bullying ainda mais perversa, atormentando as vítimas, e, no caso dos jovens, o constrangimento não fica adstrito ao ambiente escolar e se torna um incômodo o tempo todo.

Os exemplos de afrontas ao direito alheio são inúmeros, como o da adolescente que teve o nome incluído por um blogueiro na lista para a votação da moça mais feia de seu Colégio, o caso de coação sob a ameaça de divulgação de imagens de teor sexual, os ataques de racismo, a criação de perfis nas redes sociais com fotos manipuladas, mensagens difamatórias, imagens obscenas, palavras maldosas e cruéis, insultos, ofensas, extorsão etc.

Por sua vez, o alcance da mensagem maldosa e afrontosa, com ou sem foto, pela internet, acaba sendo visualizada por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima e os agressores passam a se achar muito mais poderosos.

É na escola que os jovens mais se encontram e estabelecem as suas relações e eles devem ser orientados pela própria escola e também pelos pais, sobre como proceder quando forem molestados e sobre atitudes defensivas para preservar sua privacidade e intimidade. Os pais devem sempre manter o diálogo aberto para possibilitar os filhos reclamarem quaisquer violações aos seus direitos.

Além disto, é importante ficar atento a sinais de alerta, como a tendência para o isolamento, mudanças súbitas de humor, queda no rendimento escolar, tristeza ou recusa em ir à escola, déficit de atenção, falta de concentração, desmotivação para os estudos, pois estes são alguns dos indícios de que algo de ruim está acontecendo.

Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhado não se sinta mais seguro em lugar e momento algum. No bullying tradicional bastava o estudante sair do ambiente escolar e poderia estar com os amigos de verdade, onde se sentia seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos, fica divulgada a ofensa para qualquer um ver, não existe fim de semana ou férias sem estar sendo atacado.

Muitas vezes as ocorrências são silenciadas ou mesmo ocultadas, criando subterfúgios para ignorá-las, mas devem ser combatidas, porque estas situações deixam marcas psicológicas profundas nas vítimas, com repercussões negativas no futuro. Assim, detectado o cyberbullying, assim como qualquer violência à pessoa, deve-se procurar as autoridades policiais para tomar as providências pertinentes, o mais rápido possível, para cessar as agressões.

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