Mesmo diante do iminente problema de abastecimento de água e das dezenas de matérias veiculadas por órgãos de imprensa de todo país mostrando a queda nos níveis dos reservatórios e a falta de chuva, parte da população continua agindo como se o problema estivesse longe de ocorrer por aqui, desperdiçando água tratada, lavando carros, garagens e passeios.
Na quinta-feira (18), um dia após a divulgação do início do racionamento em Formiga, a equipe do jornal Nova Imprensa, apenas na parte da manhã, flagrou várias residências sendo lavadas, inclusive em bairros onde o racionamento já ocorre, em obediência à escala divulgada pelo Saae.
Uma mulher, que fazia a lavagem da garagem e esfregava o chão, enquanto litros de água se esvaiam pela mangueira, questionada sobre o desperdício, afirmou não estar ciente do racionamento e que com o tempo seco e as altas temperaturas, a lavagem é necessária para refrescar a casa.
A Prefeitura ainda não iniciou a divulgação maciça sobre o racionamento que atingirá boa parte dos bairros da cidade, isentando apenas aqueles que já vivem, há décadas, com problemas de abastecimento, e as localidades abastecidas por poços artesianos.
Porém, o uso consciente da água não depende da divulgação de racionamento, mas do senso ético que deve permear as relações humanas. Apesar da crise de abastecimento que agora acomete o país, inclusive em áreas onde o problema não era comum, como o sudeste; em Formiga é histórica a falta de água em alguns bairros, como Alvorada, Quinzinho, Engenho de Serra, Santa Teresa e vários outros que estão sem abastecimento desde a semana passada, enquanto em outros, a população esbanja, desperdiça e não se importa com o problema que, agora, se estende a todos.
Outro senhor que jogava baldes de água na garagem, informado sobre o racionamento, disse que pararia o serviço. ?A água é de lavagem de roupa, mesmo assim vou guardá-la para passar pano na casa. Nesse calor, ficar sem água é uma tragédia?, comentou.
Além do grande desperdício provocado pela população, muita água se perde antes de chegar às residências. De acordo com o diretor do Saae, Ney Araújo, do total da água que chega para ser tratada no Saae, 30% é desperdiçada na tubulação que em muitas partes é a mesma de quando a autarquia começou a operar na cidade em 1972. Por isso, a extrema necessidade da realização de reparos ou substituição de grandes extensões na rede.
Na semana passada, o Saae divulgou um novo meio para a população denunciar além do desperdício; vazamento de água, ligações clandestinas e canos estourados: o ?Fala cidadão?. A nova ferramenta já está disponibilizada no site do Saae (www.saaeformiga.com.br) e funciona como uma ouvidoria online. As reclamações e denúncias também podem ser feitas telefone da autarquia pelo (37) 3322 1230.

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