“Bom dia: Mantega preso”. Quando abri meu email, hoje cedo, fui diretamente atraído pelo assunto na newsletter matinal de O Antagonista.

Mantega preso, até que enfim! – foi minha primeira reação. Eu estava louco para clicar na notícia e entender os motivos. Por memória, desconfiava já dos 10 milhões de reais recebidos por Dona Xepa de empresários indicados por Mantega. E lembrava também do codinome “Italiano” nos códigos da máfia propinocrata.

Antes de clicar, porém, quase por esporte, fiquei imaginando um universo alternativo… Universo no qual Mantega seria um sujeito de caráter, a despeito das atrocidades que cometeu na Fazenda (atrocidades que bastariam para prendê-lo, sem dúvida). O famoso universo gauche de tolerância-perdão ao “incompetente, porém honestíssimo”. Um universo alternativo e imbecil.

O ministro Mantega precisava ser incompetente para ser desonesto, e precisava ser desonesto para ser incompetente. Não podia ser coisa ou outra; dependia das duas. E assim logrou a marca de ministro da Fazenda mais longevo da história da República. Março de 2006 a novembro de 2014.

Torço para que ninguém supere seu recorde.

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