O caos na área da Saúde em Formiga se prolonga há anos.  Coincidentemente ou não, a situação se agravou e muito nos últimos três anos, tempo exato em que a gestão Moacir Ribeiro está no comando administrativo da cidade.

Vários profissionais já assumiram a Secretaria de Saúde com a promessa de provocar sensíveis melhorias, sonho e compromisso principal do então candidato ao cargo de prefeito, Moacir. Mas de fato, o que se viu foi que a cada novo secretário que tomou posse, os problemas se multiplicaram e as desculpas pela desordem ali reinante se tornaram repetitivas.

O resultado final é o que todo mundo já sabe: Calamidade total. Uma vergonha! Nada por aqui, no que se refere a um atendimento no mínimo razoável, funciona.

 

Situação no Laboratório

O Laboratório Municipal de Formiga, inaugurado no dia 27 de novembro com direito a fogos de artifício e interditado poucos dias depois, no dia 3 de dezembro pela Vigilância Sanitária, se mostrou como mais uma propaganda comprovadamente enganosa; e os motivos não são apenas os ditos “estruturais” que levaram ao fechamento de suas portas por mais de um mês no ano passado.

No dia 10 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, todos os pacientes que tinham exames marcados deixaram de ser atendidos, simplesmente porque não havia no estoque do laboratório um frasco sequer de “hipoclorito” para a higienização de instrumentos e materiais necessários. Para quem não sabe, este produto de nome tão charmoso, é conhecido popularmente como água sanitária.

Com o perdão dos senhores administradores, prefeito, secretário de Saúde e outros, nos permitimos registrar para o conhecimento de todos,  o que ali disse uma senhora idosa,  indignada,  ao ser cientificada que, apesar de ter o horário de realização do exame previamente marcado, não mais seria atendida: “aqui não falta água sanitária ou dinheiro, falta é vergonha na cara de quem administra esta merda”.

Diversas tentativas de contato com o prefeito Moacir Ribeiro e com o secretário de Saúde, Gonçalo Faria, foram feitas por parte do jornal  para ouvi-los sobre este assunto. Apesar de não termos logrado êxito, informamos que a qualquer tempo, o espaço para a resposta e ou esclarecimentos que a população e aquela senhora merecem receber, continua aberto a eles, a Ouvidoria ou a quem se dispuser a fazê-lo.

Confira a relação de exames que não estão sendo feitos em razão da falta do hipoclorito: a lista está fixada na porta de entrada do laboratório.

(Foto: Paulo Coelho)

Outros exames prometidos e não realizados

Os exames cujo material ali é colhido e que deveriam ser enviados para o Instituto de Prevenção e Diagnóstico – IPD em Varginha, também estão suspensos. Motivo: Falta de reagentes.

 

Faltam recursos

Circulam informações, inclusive no meio dos próprios funcionários do laboratório, que uma ação de despejo por falta de pagamento de aluguéis (do mesmo imóvel) corre contra o município. Em se confirmando, somando-se  a isto o atraso dos pagamentos dos salários dos próprios funcionários da casa, ficamos sem entender os motivos que levaram esta administração a colocar ali, um laboratório que, como dito, nunca funcionou. Se no Antônio Vieira o atendimento era precário, agora então…

 

Centro de Atenção à mulher

As mulheres que dependem do atendimento de saúde pública para realizarem exames considerados essenciais como  mamografia e no caso de gestantes, de ultrassonografiaestão desamparadas. A sala de Mamografia Malba de Freitas e a destinada ao atendimento de Ultrasonagrafia, também não funcionam. O motivo, talvez venha a ser esclarecido, quem sabe, futuramente, pelo senhor secretário.

Para a realização da mamografia, as pacientes ainda podem recorrer à cidade de Santo Antônio do Monte, onde o exame é feito gratuitamente. Já as gestantes que precisam ou demais pacientes que necessitem de ultrassonagrafias, estes não possuem outra opção a não ser a de desembolsarem cerca de R$200 se quiserem dispor do exame, indispensável durante o pré-natal, segundo recomendação do próprio Ministério da Saúde.

O mamógrafo e o aparelho de ultrassonografia estão instalados no Centro Especializado em Radiografias Odontológicas (CEO), localizado na rua Quintino Bocaiuva , 376, Centro, mas, não funcionam há  meses, de acordo com informações obtidas no local.

 

(Foto: Priscila Rocha)
(Foto: Paulo Coelho)

CEO – Atendimento Odontológico

Os consultórios odontológicos do Centro não atendem os pacientes há mais de um  mês. Sabem por quê? Simplesmente porque a autoclave, equipamento indispensável para a esterilização de instrumentos, também não funciona. O conserto da autoclave, segundo apurado pelo jornal, custaria uma ninharia aos cofres públicos. “Muito menos do que se gasta com diárias pagas a alguns figurões, por exemplo, para se deslocarem a Divinópolis, BH, ou Brasília”, comentou um odontólogo indignado com esta situação.

 

Postos de Saúde

Outro grave problema que assola a população é a falta de médicos nos Postos de Saúde do Programa Saúde da Família (PSF). Os postos localizados nos bairros Sagrado Coração de Jesus, Bela Vista 2, Alvorada, Engenho de Serra e Asadef (Santo Antônio) estiveram sem atendimento devido às férias dos profissionais e em outras três unidades; Centro, Vila Didi e Rosário, os profissionais estavam trabalhando em horários reduzidos (operação tartaruga) devido ao atraso nos pagamentos de salários. Informações confirmadas por profissionais das unidades de atendimento.

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