Por onde a Soenge passou, ela deixou rastros como: desníveis acentuados, tampas de PVs ? (Postos de Visita) afundados ou com as bordas quebradas, depressões com paralelepípedos soltos, buracos ou poças d?água que nunca se esgotam, buracos tampados com terra já que estamos em época de escassez de asfalto e/ou pedras e bloquetes.
Conforme matéria publicada na edição 858, de 26 de julho, no jornal Nova Imprensa, intitulada ?Seguindo o rastro da Soenge?, em que foi reportada o estrago deixado pela empresa responsável pelas obras da rede coletora de esgoto da cidade, os problemas herdados continuam azucrinando a paciência dos formiguenses.
Um bom exemplo está ali mesmo, na rua José Elísio Ribeiro Mendes, no Centro, entre os números 20 a 35, onde além das obras por ela realizadas, haverem causado o surgimento de um considerável desnível no pavimento, a empresa ainda deixou uma tampa de PV com um ressalto de superior a 15cm acima do nível da rua, problema esse que causou durante meses, grandes transtornos para os motorista que por ali transitaram.
Desde sexta-feira passada (1º), três funcionários da Secretaria de Obras estão trabalhando na avenida para reparar os estragos deixados pela empreiteira Soenge. O mais intrigante é o fato de que a Prefeitura renovou (ou prorrogou) o contrato com a tal empresa, exatamente na expectativa de que a mesma refizesse as obras ?mal feitas?, por ela espalhadas por toda a cidade. Neste caso, os reparos na rua José Elísio Ribeiro Mendes, deveriam ser realizados por funcionários da Soenge e não da Prefeitura, é o que o povo imagina. Mas…
De acordo com os funcionários municipais, os reparos, mais que necessários, tiveram início no dia 1° e tem previsão de término para esta sexta-feira (8).
Outro exemplo similar é o ocorrido na rua Ides Edson de Resende, no bairro Engenho de Serra, em que de acordo com nota enviada ao jornal, no dia 8 de agosto, a Soenge retornaria os trabalhos de canalização do esgoto jogado no rio Formiga e afluentes, exatamente por aquele local.
Tal e qual ocorreu na rua José Elísio Ribeiro Mendes, os funcionários que estiveram realizando as obras não foram os da Soenge e neste caso houve até a colocação de uma placa no local informando uma espécie de ?parceria? entre a empresa e o Saae. Todos os que lá trabalharam assim como as ferramentas e demais máquinas e/ou equipamentos, pertenciam ao Saae.
De acordo com o diretor da autarquia na época em que as obras ali se iniciaram, Gonçalo Faria, ?todos sabíamos o quanto os formiguenses aguardavam por essa benfeitoria. O Saae, portanto, esteve apenas acompanhando de perto todos os passos daquele trabalho. ?Um de nossos principais cuidados nessa etapa é para que a água tratada não seja contaminada por esgoto?, comentou.
Aliás, o que se viu ali, naquela oportunidade foi máquinas e funcionários a serviço de outra empresa, trabalhando, segundo nos informou um de seus dirigentes, em atendimento a uma solicitação da Soenge.
Agora, na última semana, reparando o que ficou mal feito, o que se viu foi por ali, também, apenas funcionários da Secretaria de Obras e do Saae, onde se conclui que além de arcarmos com os pagamentos à Soenge e por tabela à sua subcontratada, agora, mais uma vez, estamos pagando para que funcionários do município, corrijam os erros no rastro do trabalho mal feito por ela anteriormente. Note-se ainda que, segundo o diretor do Saae nos informou o contrato era de responsabilidade do município, não da autarquia, cabendo a ela, apenas, no mandato passado a fiscalização da obra.
Agora, diante de nossos questionamentos, a secretaria de Obras enviou ao jornal a seguinte resposta:
?Na verdade, o reparo em questão está sendo feito na Rua José Elísio Nunes, continuação da Juca Pedro, e na região da Praça Alberico Nogueira. Não se trata de problema relacionado à obra citada. Mesmo antes de tal obra ser realizada, já era recorrente o rebaixamento daquela via. O mesmo ocorre em outras vias, como na João José Giarola, onde não houve obra da referida empresa e onde está sendo realizado o mesmo tipo de reparo. Para diversos locais da cidade com trânsito muito pesado e intenso, é necessário se fazer um projeto relacionado a base e sub-base para definir soluções definitivas para esse tipo de problema. Assim que houver recursos e condições para se desenvolver esse trabalho, a Secretaria de Obras pretende desenvolvê-lo?.
Discordando das informações ?oficiais?, alguns comerciantes da rua José Elísio Nunes, ouvidos pela reportagem, afirmam categoricamente que o rebaixamento da rua e o desnível da tampa de PV, apareceram após as obras realizadas pela empresa Soenge. Um deles lembrou o transtorno que todos passaram. ?A Soenge abriu buracos aqui na rua duas vezes, tivemos muitos transtornos, pois, os funcionários da empresa jogavam terra nas nossas calçadas impedindo a passagem dos clientes?.
De acordo com uma moradora, essa obra de reparação feita pela Secretaria de Obras, de nada vai adiantar. ?Os funcionários da Prefeitura vieram, arrancaram os paralelepípedos e estão recolocando do mesmo jeito, na próxima chuva forte que vier a rua irá ceder da mesma forma?, comentou a moradora que também, como o comerciante anterior, nos solicitou que não fossem identificados.
Concluindo, reafirmamos que a Soenge deixou sim um rastro de destruição, em muitos locais por onde passou, inclusive nos acima citados. Os comerciantes que sofreram com a perda de clientes devido o bloqueio na passagem para o acesso a seus estabelecimentos, assim como moradores da rua e região que sofreram com a poeira e o barro, durante meses consecutivos, ainda estão por lá, como provas vivas de que a ?Soenge? é sim a maior responsável pelos transtornos.

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