Formiga se prepara para a 21ª edição do Mutirão dos Carros de Bois. A tradicional festa que movimenta a cidade ocorrerá neste sábado (22). A saída é da fazenda Maroca, local da palhada, onde acontece o carregamento do milho. A festa terá início às 10h com uma benção e a saída dos carros de bois carregados. Diversas pessoas, inclusive espectadores, cavaleiros e amazonas de todo o país, também participarão da festa.
Como acontece todo ano, a carga é transportada até a fazenda Ameliza, onde as espigas de milho são descarregadas. No local, a partir das 11h, é servido um almoço beneficente. O almoço, o churrasco e as bebidas são preparados e vendidos pelos voluntários da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e a renda revertida para a associação. A chegada dos carros de bois com a colheita está prevista para as 14h.
As fazendas ficam distantes uma da outra, cerca de 10 quilômetros. O trajeto se configura numa verdadeira procissão com os carros de bois enfeitados e os pares de bois selecionados minuciosamente.
A história
O mutirão nasceu de forma espontânea, quando o senhor Américo de Paula Sobrinho (da Casa Américo) fazia o transporte da sua colheita de milho de uma fazenda à outra, em seus únicos dois carros de bois. Parentes e vizinhos se reuniram e ofereceram ajuda, formando um mutirão de sete veículos. O fazendeiro ofereceu um almoço aos companheiros. A ?festança? despertou o espírito dos mutirões de antigamente. A partir daí, todos os anos, no final de maio, os vizinhos já ofereciam ajuda ao senhor Américo. A cada ano, mais pessoas apareciam vindas de todas as regiões do estado.
O evento foi se tornando amplo e em 2.000 a Rede Globo fez uma reportagem para o programa Globo Rural, o que conferiu ainda mais popularidade ao evento e uma projeção nacional. A partir de então, diversos veículos de comunicação também fizeram matérias sobre o Mutirão dos Carros de Bois, da cidade de Formiga. Em 2009, o número de carros chegou a 97.
O evento destaca a tradição rural mineira, da qual faz parte o trabalho coletivo de colheita e o transporte da carga em carros de bois. São evidenciados os sentidos da mineiridade, do companheirismo e do trabalho que une as pessoas.

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