Acredito que a grande maioria de nossos leitores, conhece ou, no mínimo, já ouviu falar sobre as fábulas de Esopo, e dentre estas, certamente a que mais marcou nossas mentes, foi esta em que, resumidamente ele nos contou:

Num belo dia de inverno, as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:

– Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!

As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e perguntaram:

-Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno?

Falou a cigarra:

-Para falar a verdade, não tive tempo, passei o verão todo cantando!

E responderam-lhe as formigas:

-Bom… Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando? E voltaram para o trabalho dando risadas.

Pois bem, perguntarão os senhores, por que falar disto agora, quando a crise econômica financeira que está sobre o país, bate às nossas portas a ponto de nosso governante maior ter que mandar demitir pouco mais de uma centena de seus colaboradores e alguns correligionários?

Talvez a reposta esteja aí nestas linhas assinadas por Esopo. Quem agiu como as formigas, na época de bonança, certamente tem ainda muita gordura para queimar nesta época de agruras.

É certo que muitos municípios, governados por estridentes cigarras que não se cansaram durante anos de cantar bravatas e de prometerem mundos e fundos sem se preocuparem uma vez sequer em armazenar alimentos (recursos) para épocas menos favoráveis aos seus caixas, hoje estão aí, a propagar que o problema é geral e ao que se sabe, aqui mesmo na região Centro-Oeste, já temos prefeitos suspendendo a prestação de serviços à população, como se isto resolvesse em definitivo a questão.

Em compensação vem daqui mesmo, da vizinha Pains, o anúncio de que, com suas contas equilibradas seu funcionalismo recebeu, antecipadamente, o abono do 13º salário. Sem dúvida, uma forma inteligente de se injetar mais recursos na economia local.

Aqui, em contrapartida, se anuncia a demissão de cento e poucos Barnabés e, o mais estranho é que, nem mesmo o governo soube informar o quanto isto representará de economia para nosso combalido cofre público, que segundo notícia trazida a público por seu gestor financeiro, acumula um déficit mensal da ordem de R$800 mil a R$1 milhão.

E como o show tem que continuar, que a população se arrebente para pagar o que lhe é impingido, mesmo que sobre o manto de contribuição, aumento de tarifas e de outras mumunhas, ainda que a contraprestação de serviços inexista.

Que venham muitas festas do tipo Expolata e tantas outras regadas a bom vinho e celebradas em locais Vips, já que o exemplo vem de cima. Dona Dilma e seus asseclas que o digam. O modus operandi é sempre o mesmo e quem não pode contar com os serviços do juiz Moro, que se contente aprendendo com o velho Esopo.

Aviso às nossas cigarras: O exemplo acima se enquadra perfeitamente no caso da escassez de água, que todos sabemos que nos ronda: armazenar é preciso. Pensem nisto!

 

 

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