Quem diria que um dia assistiríamos um mandatário deste país, ou melhor que um “criador” viesse a depender de sua “criatura” para ocupar um cargo subalterno, mas que, ainda assim, serviria como sua tábua de salvação para escapar das garras de um destemido juiz de primeira instância a quem cabe julgar todos os envolvidos no maior escândalo de corrupção já perpetrado neste mundão de Deus, contra os cofres públicos de uma nação.

E quem diria que sua criatura viesse também, para se safar do impedimento que se avizinha, ser capaz de convencer nada menos que um ganhador do prêmio Nobel da Paz, a trombetear no Congresso Nacional, mais precisamente no Senado da República, palavras ensaiadas, chamando de golpe, aquilo que o Supremo Tribunal deste país já definiu como sendo um procedimento previsto na Constituição e que, ao menos até agora, tem sido levado a cabo, estritamente dentro do rito que a Corte Maior determinou. O ilustre senhor Adolfo Peres Esquivel, prêmio Nobel da Paz de 1980, foi certamente vítima de uma manobra arquitetada pelos marqueteiros do Palácio do Planalto, que tem procurado encobrir internacionalmente a verdade dos fatos, que convenhamos, são  mesmo “impublicáveis”, ainda que conhecidos nacionalmente. Após se reunir com a senhora presidente e tendo sido recebido exatamente na Casa que atualmente julga se aceita ou não as acusações contra a dita senhora, Esquivel acusou a oposição brasileira de estar levando a cabo um “golpe branco”. E foi mais longe ainda: afirmou que “Golpes brancos já se puseram em prática no continente e em países como Honduras e Paraguai”, se prestando assim a insinuar uma ilação absurda além de protagonizar a intervenção inaceitável e atentatória contra a soberania nacional. O resultado não poderia ser outro. Membros da oposição e até mesmo um veterano guerreiro do PT, o senador Paulo Paim que presidia a sessão, indignados, saíram em defesa da pátria.

Quem diria que um dia veríamos um governador deste Estado, berço da liberdade e defensor incondicional dos princípios democráticos, por razões que só ele sabe, viesse também a decretar como área de segurança, todo e qualquer lugar por onde se fizesse presente?

Quem diria que nas tradicionais solenidades de entrega da Medalha da Inconfidência, autoridades, convidados e membros da imprensa, ainda que munidos de suas credenciais, viessem a se submeter a minuciosas revistas promovidas pelos seguranças, enquanto integrantes do MST e membros de outras “turbas” que proliferam mais e mais a cada dia neste país, todos mantidos com recursos públicos, ali tivessem sua entrada facilitada e definidos seus locais de assento, ainda que munidos dos principais instrumentos com os quais apavoram a população pacífica deste país, sempre que se juntam para promover badernas invadindo propriedades ou destruindo tudo que encontram pela frente.

E por último, quem diria que governadores de estados deste Brasil, tivessem um dia que nomear suas conjuges para cargos da alta administração, com o fito único de permitir-lhes, tal e qual se pretendeu com o citado no início deste relato, assegurar-lhes certa distância das garras do mais recente herói brasileiro, o Moro, da Lava Jato!

É por estas e outras que ousamos concordar com o ditado que diz: “a necessidade faz o sapo pular”. Resta-nos saber, até quando…

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