O técnico Adílson Batista foi apresentado na tarde desta quinta-feira na Toca da Raposa II e, aos 39 anos, julga-se pronto para comandar o Cruzeiro e apresentar bons resultados no Mineiro, na Copa Libertadores e no Brasileiro. Bem-humorado e visivelmente empolgado com a missão, o ex-zagueiro disse que o trabalho em nove clubes, mesmo nos pequenos, representaram muito.

?Tenho que agradecer aos clubes por onde passei, desde o Mogi-Mirim, recentemente o Figueirense, o Grêmio, clubes que me deram tranqüilidade, a bagagem de chegar num dia como hoje e assumir um compromisso com um clube de tradição, com perspectiva de vencer. Sei da responsabilidade. Por aqui passaram grandes treinadores desde 2000, alguns que eu trabalhei, e isso só aumenta a nossa responsabilidade. São pessoas que temos carinho e admiração. Sei da responsabilidade e estou preparado?, afirmou.

Com convicção, o jovem treinador preferiu não rotular o trabalho que se inicia como o maior desafio de sua curta carreira. Adílson pensa que toda experiência exige a maior entrega possível. ?Todos foram os maiores desafios, desde o começo. No Mogi-Mirim, em 2001, eu estava começando o trabalho, também é um desafio?.

Prioridades

Em vários momentos de sua entrevista, Adílson Batista disse vai trabalhar para conquistar todos os títulos de 2008, não só a Libertadores, tão badalada por todos. Os objetivos serão traçados por etapa, sem atropelamento.

?Temos a Libertadores, mas temos também o Mineiro. Temos uma pré no dia 30 e no dia 6. Precisamos começar bem, fazer o time ganhar corpo, confiança, respeito. Aí usar aquilo que você aprendeu, conviveu. Estudei em bons colégios, trabalhei com bons professores e que foram importantes para eu estar aqui, para eu ter a confiança e a tranqüilidade de comandar o Cruzeiro. Dia 3 eu vou começar a trabalhar com o maior entusiasmo, com o objetivo de ganhar os três campeonatos que vamos disputar?, analisou.

Estilo

Adepto do 4-4-2, Adílson Batista descartou impor ao seu futuro time um estilo que foge à tradição do Cruzeiro. ?Você tem que observar o material humano que você tem, observar onde você está. Hoje eu estou no Cruzeiro. São características dos clubes, você às vezes não pode querer mudar. O Cruzeiro é um time mais leve, de toque, o futebol mineiro sempre foi assim, sempre gostei disso. É uma escola bonita. Então a gente tem que saber aproveitar, procurar tirar o máximo daquilo que a gente acha que é importante para cada jogo, dos jogadores, para fazer uma temporada de êxito?.

Pulso firme

O que o novo comandante não abre mão é de disciplina, hierarquia e respeito dos jogadores. Segundo ele, o sucesso passa pelo profissionalismo absoluto. ?Sem disciplina não se chega a lugar nenhum. Até para você fazer uma viagem, você tem que se programar, saber onde abastecer, onde parar, onde comer. No futebol os exemplos mostram que os grandes vencedores tiveram comando forte, fizeram prevalecer a hierarquia, com respeito, então isso é importante dentro do futebol e da vida?.

Possíveis atos de indisciplina serão coibidos com atitudes inteligentes. O novo treinador reconheceu que em sua passagem pelo Grêmio, com apenas dois anos de carreira, cometeu deslizes. Hoje, mais maduro, ele aprendeu a administrar as crises.

?Hoje você sabe lidar um pouco melhor com algumas situações, você vai ganhando experiência, vai melhorando. Em 2003, no Grêmio, tive algumas dificuldades que são da idade. Em função de achar que em muitas coisas eu tinha a razão. Você tem que ter inteligência, discernimento, mas o que vai prevalecer é um sentimento de grandes profissionais?, concluiu.

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