Afogamento é a causa de três a cada dez mortes por acidente de mineiros de 1 a 4 anos, revelam dados da ONG Criança Segura. No país, esse é o principal motivo para óbitos na mesma faixa etária. A tragédia no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, quando um bebê morreu em casa, em uma banheira com água, reforça a necessidade de cuidados para evitar tragédias domésticas.

Especialistas são unânimes em explicar que a primeira e mais importante orientação aos responsáveis é manter a supervisão constante a meninos e meninas. Eles alertam que qualquer instante de distração pode ser fatal.

“Até os 4 anos, a criança não tem tanta coordenação motora nem vivência suficiente para saber como se livrar de uma situação perigosa. Além disso, nessa fase, o peso da cabeça equivale a 25% do peso do corpo, o que torna mais difícil sair da água”, explica a gestora de comunicação da ONG Criança Segura, Vanessa Machado.

Ela destaca que dois dedos de água já são o bastante para um acidente. Dentro da residência, ressalta Vanessa, todos os recipientes que possam acumular líquido devem estar vazios e virados de cabeça para baixo.

Riscos
A psicopedagoga Sandra Mara Leão diz que os primeiros riscos envolvendo o comportamento dos menores começam antes do primeiro ano de vida. “Estão com a curiosidade aguçada, querem explorar, conhecer, tocar, subir, mexer. E os limites são apreendidos pela observação ou pela dor”, explicou.

Por isso, a especialista indica que, mesmo sendo necessário que a criança tenha liberdade para se locomover e brincar, ela não pode ficar “solta” em hipótese alguma. 

“Se a mãe faz tarefas domésticas, por exemplo, ou vai ao banheiro, tem que levá-la junto, deixar numa cadeirinha ou pedir a alguém para olhar”, orienta.

Distração
Já a pedagoga Maria Helena Chiab, especialista em desenvolvimento infantil pela UFMG, chama a atenção para outra armadilha: o uso dos smartphones. “Hoje, pais e mães dedicam muito tempo ao celular, deixando o filho sem atenção. É um comportamento perigoso”, diz.

Tragédia
Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso do bebê, de 1 ano e dois meses, que morreu na última terça-feira, no Buritis. A babá, de 46 anos, que cuidava do menino, já foi ouvida e liberada. 

Ainda não há previsão de quando os pais, que ficaram em estado de choque após a tragédia, serão ouvidos. De acordo com a PM, a criança se afogou ao tentar tirar um brinquedo de uma banheira, que estava com água desde o dia anterior.

 

Fonte: Hoje em Dia ||
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