Os resultados iniciais de um monitoramento feito pelo governo de Minas mostram que a água do rio Paraopeba apresenta “riscos à saúde humana e animal” após o rompimento da Barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho. Entre os metais pesados com concentrações que violam as diretrizes ambientais, foram encontrados chumbo, mercúrio, níquel, cádmio e zinco.
Os testes foram feitos pelas secretarias de Saúde (SES), de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Para segurança da população, os órgãos não indicam a utilização da água bruta do rio Paraopeba para qualquer finalidade, até que a situação seja normalizada. Além disso, a recomendação é que se respeite uma distância de 100 metros das margens, mas o eventual contato com a água não causa risco de morte.
Para os bombeiros que têm trabalhado em contato mais direto com o solo, a orientação da SES é para que sejam utilizados todos os equipamentos de segurança.
As pessoas que tiveram contato com a água bruta do rio – após a chegada da pluma de rejeitos – ou ingerido alimentos que também tiveram esse contato, e apresentar náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tontura, ou outros sintomas, devem procurar a unidade de saúde mais próxima e mencionar esse contato.
A orientação é válida desde a confluência do rio Paraopeba com o córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas.
No município de Pará de Minas há um outro manancial que serve de alternativa para o abastecimento da cidade.
Metais
De acordo com o levantamento, o nível de alguns metais encontrados na água ultrapassam os limites estabelecidos nas diretrizes ambientais – Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG n° 01/2008 e Resolução CONAMA nº 357/2005 .
Dentre os metais pesados, as maiores violações ao limite de classe foram observadas para os parâmetros chumbo total e mercúrio total, nas estações de Brumadinho e Fecho do Funil, no dia 26 de janeiro – o primeiro após a tragédia. Foram registrados valores de até 21 vezes o valor do limite de classe.
Violações observadas para os metais níquel, chumbo, mercúrio, cádmio e zinco também foram observadas nesse primeiro dia após o rompimento somente no ponto de São Joaquim de Bicas.
Abastecimento
Para manter o abastecimento, o governo do Estado determinou à Vale que forneça água potável para as comunidades afetadas. Paralelamente, a administração estadual suspendeu a necessidade de emissão de outorga para a perfuração de poços artesianos. Servidores da Secretaria de Agropecuária estão percorrendo a região de 20 municípios para dar orientações de não utilização da água destes cursos.
Fonte: O Tempo ||