O gosto pela escrita e o hábito de ler muitos livros renderam um bom resultado para a estudante Maysa Pinto Ribeiro, aluna do 8º ano da Escola Estadual Professor Souza Nilo, de Itanhandu, no Sul de Minas Gerais. Ela foi a terceira colocada na etapa estadual do 47º Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens no Brasil.

A classificação não era esperada pela estudante de 13 anos, principalmente por saber que concorria com crianças e adolescentes de centenas de escolas públicas e privadas de todo o estado. “Eu esperei o mês inteiro pela resposta, mas só para saber, porque nunca me imaginei entre os três primeiros colocados. Fiquei muito feliz com essa colocação e acredito que seja resultado de gostar muito de escrever e ler e também do incentivo dado pela escola”, diz Maysa.

Para este ano, o concurso teve como tema “Imagine que você é uma carta que viaja no tempo. Que mensagem você quer deixar para os seus leitores?”. Maysa escolheu escrever sobre o que as pessoas podem fazer para evitar um mundo tão violento como o de hoje.

“Escrevi uma carta pedindo às pessoas para terem consciência sobre o que estão fazendo de bom e ruim, sobre o que podem fazer para tornar melhor o lugar onde vivem, pedindo que salvem o mundo de tanta crueldade, desigualdade, violência e miséria. Essa foi a forma que achei de fazer a minha parte para contribuir com um mundo melhor”, conta Maysa.

No entanto, apesar de a estudante não ter tido expectativas de estar entre os vencedores, a professora de Língua Portuguesa de Maysa, Magali Silva de Assis, considera esta uma conquista merecida em função da dedicação e empenho da aluna.

“Ela escreveu uma carta muito bonita, dentro do tema e de forma criativa. Embora a gente fique surpreso com essa conquista, acho que foi um mérito reconhecido porque a carta foi muito bem escrita”, diz a professora.

Magali conta, ainda, que o concurso veio a calhar, já que ela trabalhou o gênero carta no primeiro bimestre e ainda desenvolveu um projeto para que os alunos ficassem ainda mais familiarizados com o tema.

“Estimulamos a troca de cartas entre alunos da nossa e de outras escolas, e isso os estimulou a participar do concurso. Foi ótimo ter esse resultado porque, além de a Maysa merecer o prestígio, os demais alunos viram que valem o empenho e a dedicação”, diz.

A diretora da Escola Estadual Professor Souza Nilo, Giovanna Levenhagen, vê o concurso como uma forma positiva de reafirmar o que a equipe pedagógica tem incentivado nos alunos: ler e escrever.

“Os jovens hoje em dia não escrevem mais, apenas digitam com tantas tecnologias disponíveis, então os professores de todas as disciplinas procuram incentivar as redações, as respostas escritas, a produção de textos em geral. O resultado desse concurso foi muito importante porque mostra que o que estamos priorizando está funcionando, mostra que estamos no caminho certo. Claro, sem tirar os méritos e créditos da Maysa, que sempre foi uma aluna muito participativa, tranquila, estudiosa e que conta muito com o apoio da família”, ressalta Giovanna.

A diretora explica, ainda, que incentiva a participação dos alunos em todos os concursos, competições e olimpíadas que são abertas a estudantes, com o objetivo de estimular a consciência de que fazer parte já é uma conquista.

“Não obrigamos ninguém a se inscrever. Mas sempre convidamos, e temos visto cada vez mais participação. Fico muito feliz e acho que isso, para uma escola pública, faz toda a diferença”, finaliza a diretora.

Além do prêmio em dinheiro, com o qual tanto a escola quanto a aluna são contempladas, haverá uma cerimônia na escola para homenagear a conquista do terceiro lugar de Maysa no Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens.

O primeiro e a segunda colocada no concurso foram, respectivamente, Davi Almeida Marinho, de 8 anos, aluno do 3º ano do ensino fundamental do Instituto Pedagógico Criar Criança Feliz, em Belo Horizonte, e Eduarda Veloso Fernandes, de 14 anos, aluna do Colégio Nossa Senhora das Dores, também na capital mineira.

Concurso Internacional de Redação de Cartas para Jovens

Promovido anualmente pela União Postal Universal (UPU), sediada em Berna, na Suíça, o concurso tem o objetivo de melhorar a alfabetização por meio da arte epistolar, além de incentivar a expressão da criatividade e a melhora dos conhecimentos linguísticos de crianças e adolescentes. Participam estudantes de até 15 anos de idade, previamente selecionados nas etapas nacionais.

No Brasil, a realização do concurso fica a cargo dos Correios e é desenvolvida em três fases: escolar, estadual e nacional. A quarta e última etapa – fase internacional – fica a cargo da UPU. A participação acontece por meio das escolas das redes pública e privada que selecionam, entre as redações de seus alunos, até duas melhores cartas para representá-las.

A primeira melhor redação de cada estado segue para a fase nacional, onde é escolhida apenas uma carta, que irá representar o Brasil, que é o segundo país melhor colocado em âmbito internacional, atrás apenas da China.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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