Na cidade de Itaúna, que está a 121 quilômetros de Formiga, foi denunciado através de fotos enviadas anonimamente para os órgãos públicos daquele município e à imprensa, o uso irregular e de uma UTI móvel da Casa de Caridade Manoel Gonçalves de Sousa Moreira.
Nas fotos, o veículo, adquirido em 2003 com verba do governo federal, transporta inadvertidamente, materiais de construção.
O fato causou indignação na Secretaria Municipal de Saúde e o caso será encaminhado ao Ministério Público, junto com um dossiê que mostra outras 23 irregularidades que estariam sendo cometidas pela entidade.
Em resposta às denúncias, o administrador do hospital, Josias Gambarelli, alegou que o veículo não estava sendo usado para o transporte de pacientes desde o mês de julho deste ano, quando o município adquiriu quatro unidades do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Segundo ele, a responsabilidade de abastecimento e pagamento do motorista da UTI Móvel é do município, que desde a compra das outras ambulâncias, suspendeu a verba para estes fins. ?O convênio é válido até o fim do ano, mas há cerca de quatro meses não recebemos mais o recurso. Atualmente, contamos apenas com uma UTI móvel, parada desde julho justamente por falta de combustível e do motorista. Além disso, não há mais procura pelo transporte. Hoje na cidade os atendimentos são feitos pelo Samu e por um plano de saúde?, afirma. Sobre o transporte de materiais de construção, Gambarelli afirma que ambulância fez um trajeto inferior a 100 metros, indo da porta da unidade até o pátio.
A Casa de Caridade é um hospital particular filantrópico, que destina 75% dos seus leitos (81) ao Sistema Único de Saúde (SUS).
O secretário Municipal de Saúde de Itaúna, José Oscar garantiu que entrará com pedido de intervenção do hospital no Ministério Público. Segundo ele, esta denúncia será apenas mais uma a integrar um dossiê que possui outros 23 relatórios sobre irregularidades na entidade. As mais graves diriam respeito à falsificação de prontuários, onde funcionários afirmam ter sido obrigados a assinar exames e procedimentos que não ocorreram; apropriação indébita de três empresas particulares, que funcionam dentro da entidade e usam o CNPJ do hospital para conseguir isenção de impostos.
?Temos tudo documentado. São denúncias feitas desde 2002 até hoje. Sabemos que a instituição é de extrema necessidade tanto para o município quanto para a região. Justamente por isso, entendemos que questões como essas não podem de forma nenhuma existir. Vamos tomar todas as atitudes cabíveis para solucionar os problemas que vêm se alastrando ao longo de muitos anos?, ressaltou o secretário.
Em relação ao dossiê que será entregue ao Ministério Público, Gambarelli afirma que o hospital não tem nada a esconder. ?Inclusive nossas contas estão abertas para qualquer averiguação. Se há irregularidade, é só executar as medidas cabíveis para verificar a realidade das denúncias.?

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