O número absoluto de analfabetos com 15 anos ou mais no país caiu 7% entre 2004 e 2009, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A queda representa, aproximadamente, 1 milhão de analfabetos a menos no Brasil – que ainda tem 14.104.984 de pessoas nessa situação.
O estudo foi realizado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009, e todas as regiões acompanharam a tendência de queda do país. No período analisado, as maiores variações foram registradas no Nordeste, que passou de 22,4% para 18,7%, e Norte, cuja taxa diminuiu de 12,7 para 10,6. Com uma redução de 66%, o Amapá passou a ter a menor taxa de analfabetismo do Brasil: 2,8%. Apesar da queda geral, cinco Estados tiveram crescimento no número de analfabetos: Rondônia, Acre, Mato do Grosso do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.
No Sudeste, houve redução de 6,6% no período, com exceção do Rio de Janeiro, cuja queda foi de 12,3%. Todos os demais estados tiveram índices de redução do analfabetismo abaixo da média nacional.
Funcional
A pesquisa do Ipea calculou também o número de analfabetos funcionais, que no Brasil são aqueles que têm menos de quatro anos de estudo e, embora saibam ler e escrever, têm dificuldade de entender um texto, por exemplo. Já são 15,6 milhões de pessoas acima dos 15 anos nessa condição, o que representa uma taxa de 10,7%. Entre 2004 e 2009, houve uma redução de cerca de 1,5 milhão de analfabetos funcionais.
Os analfabetos funcionais estão concentrados nas regiões Norte (12,6%) e Nordeste (12,4%). O Centro-Oeste tem a terceira maior taxa (10,6%), seguido pelo Sul (10,6%) e Sudeste (9,6%).
O Ipea faz uma ressalva: a taxa de analfabetismo funcional tende a ser afetada pela redução do analfabetismo, já que uma parcela considerável dos que se alfabetizam ingressa na categoria de analfabetos funcionais. O somatório de analfabetos convencionais e funcionais, os chamados subescolarizados, correspondem a cerca de um quinto da população de 15 anos ou mais.

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