Menos invasivo, mais barato e confiável. Exame de urina é aposta para
facilitar a descoberta do câncer de próstata. É o que sugere estudo
desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP). O método, conforme os
pesquisadores, pode até determinar a agressividade do tumor.
Iniciado em 2014, o trabalho envolveu 12 pacientes – seis com diagnóstico
positivo para a enfermidade e os outros com hiperplasia benigna (aumento da
glândula, localizada abaixo da bexiga). Os resultados indicaram que, nas
amostras do material coletado desses homens, um painel de 56 glicoproteínas
(proteína ligada a um carboidrato) alcançou uma precisão de 100% na detecção da
neoplasia.
Pesquisadores buscam financiamento para um novo projeto para comparar se os resultados obtidos também são válidos para pessoas diferentes das estudadas
Métodos atuais
Hoje, os dois principais exames para verificar a suspeita de câncer na próstata
são o toque retal e o que analisa os níveis de Antígeno Prostático Específico
(PSA) no sangue.
O primeiro identifica a existência de nódulos ou tecidos endurecidos na
glândula. Porém, caso o paciente tenha alguma doença no ânus ou no reto, como
hemorroidas ou fissuras, pode causar desconforto. Além disso, há bastante
preconceito em relação ao teste físico.
Chefe do Laboratório de Investigação Médica da Urologia, da Faculdade de
Medicina da USP, e coautora do estudo, Kátia Leite diz que o PSA, apesar de
menos invasivo, não elimina a necessidade de biópsia. Esse último exame, no
entanto, pode provocar infecções e sangramentos.
Maior precisão
O teste por meio da urina também é capaz de indicar a agressividade do tumor.
Em relação ao PSA, a professora frisa que, para determinar o quadro, ainda é
necessária a realização da biópsia.
A informação sobre a gravidade da enfermidade, observa Kátia Leite, é essencial
para o médico indicar o melhor tratamento ao paciente que, inicialmente, pode
ser apenas observado.
Havendo alterações na característica do tumor, no entanto, o homem pode ser
submetido a sessões de quimio e radioterapia, além de procedimentos cirúrgicos.
Incidência
Só em 2018, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 68 mil novos
casos de próstata foram detectados no Brasil. É o segundo com maior incidência
entre o público masculino. Descoberto precocemente, as chances de cura são
altas, destacam os especialistas.
Fonte: Hoje em Dia ||