A Vigilância Sanitária quer tornar mais rigorosa a compra de antibióticos nas farmácias para diminuir a automedicação. Os gastos dos brasileiros com os remédios chegaram a R$ 1,6 bilhão somente no ano passado, na maioria das vezes, sem receita médica.

A determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é que todo antibiótico seja vendido com receita para evitar a automedicação. Nesta quarta-feira (24), em Brasília, médicos, dentistas e pesquisadores se reuniram em uma audiência pública. Uma das propostas é transformar o antibiótico em medicamento controlado, com retenção da receita.
?Estamos tomando essa medida por conta de informações e de alertas que a Organização Mundial de Saúde tem dado no mundo todo com relação ao uso abusivo e inadequado dos antibióticos?, afirma o presidente da Anvisa, Dirceu Raposo de Mello.
Os antibióticos são indicados para combater infecções bacterianas ou por fungos. Uma microbiologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) testou bactérias encontradas em pacientes em tratamento. Em uma das amostras, nenhum dos 16 tipos de antibióticos testados fez efeito.
?O resultado demonstra claramente uma bactéria resistente a todos os antibióticos testados?, afirma a microbiologista Maria de Fátima Filardi.

?Essa dificuldade em tratar muitas dessas infecções nos tem feito optar por drogas mais caras, com toxidade maior, com necessidade de internação do paciente para tomar o antibiótico na veia ou no músculo, porque nós não temos mais opções de tratar o paciente por via oral?, disse o infectologista Mozart de Castro Neto, presidente da Sociedade Mineira de Controle de Infecção Hospitalar.

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