Morreram 76 enfermeiros e profissionais de enfermagem em decorrência de complicações da Covid-19 no Brasil desde o começo da epidemia no país, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (6) pelo Comitê Gestor de Crise do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

O número pode ser ainda maior –há 15 óbitos suspeitos de terem sido causados pelo coronavírus, mas que ainda estão sem confirmação.

O Cofen relata um total de 10 mil casos de infecções entre esses profissionais da saúde.

Os enfermeiros dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro são os mais atingidos pela doença. Eles têm os maiores números tanto de mortes como de infecções.

As infecções acontecem por motivos como falta de equipamentos de proteção individual, treinamento ruim e subdimensionamento de equipes, de acordo com o presidente do Cofen, Manoel Neri.

O número de casos pode ser ainda maior, segundo Walkírio Almeida, coordenador do comitê de gestão de crise da entidade.


Há um grande número de óbitos entre profissionais da saúde entre 31 e 40 anos, de acordo com os dados da entidade. Foram 19 casos de profissionais dessa faixa etária que morreram.

A letalidade entre os enfermeiros mais velhos é a mais alta: foram 218 infectados e 19 mortos.

O Cofen entrou com ações na Justiça para tentar garantir o afastamento dos enfermeiros que têm características de maior vulnerabilidade ao coronavírus e assegurar a realização de testes nas equipes de enfermagem.

Em uma decisão liminar, o pedido foi reconhecido para os profissionais que atuam em hospitais federais. Ainda tramitam ações semelhantes para instituições de saúde privadas, estaduais e municipais.

Casos ao redor do mundo

Acredita-se que ao menos 90 mil profissionais de saúde de todo o mundo estão infectados com o novo coronavírus, possivelmente o dobro disto, em meio a relatos de escassez contínua de equipamentos de proteção, disse o Conselho Internacional de Enfermeiros (ICN) nesta quarta-feira (6).

A doença já matou mais de 260 enfermeiros, disse a entidade em um comunicado, exortando as autoridades a manterem registros mais precisos para ajudar a impedir que o vírus se dissemine entre profissionais e pacientes.

Matéria do G1

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