Nessa semana a Biblioteca Municipal Dr. Sócrates Bezerra de Menezes traz uma dica de leitura muito especial, “Aparecida” do autor Rodrigo Alvarez. A biografia da Santa que perdeu a cabeça ficou negra, foi roubada, cobiçada pelos políticos e conquistou o país, se tornando a Padroeira do Brasil.
A indicação faz parte do projeto ‘ No meio do caminho tem um livro’, uma parceria entre o jornal e as bibliotecas públicas da cidade.
Resenha
Quando aquela imagem quebrada apareceu na rede de três pescadores, em 1917, o Brasil estava longe de ser o Brasil. A colônia portuguesa começava a construir sua identidade e precisava de tudo, inclusive de uma santa. Mas por que Aparecida? A história dará muitas pistas. E trará dúvidas também.
Ficaria Aparecida menos milagrosa depois de ganhar uma cabeça praticamente nova numa restauração? Mas nada teria importância se Aparecida não atendesse aos anseios dos fieis. Ninguém se importaria em parar numa capela pobre à beira da estrada. Ninguém viajaria léguas para passar a noite no chão da igreja e fazer procissões às escondidas quando o padre fosse dormir. E por que razão, já no século XX, fariam no Brasil uma basílica em sua homenagem, o segundo maior templo católico do mundo?
É provavelmente a mistura de fé com paixão e identificação que nos permite entender Aparecida como o primeiro símbolo verdadeiramente nacional, representando a unidade do país. Pois até mesmo aqueles que não se sentem próximos a ela por questões religiosas sabem que, ao ver aquela imagem triangular com o seu manto azul, estão vendo um retrato do Brasil.
Redação do Jornal Nova Imprensa
