No momento em que todos nós, diuturnamente, nos martirizamos assistindo àquela enxurrada de más notícias que as grandes redes de comunicação nos trazem, quando, exibem cenas pontualmente extraídas de dentro de enfermarias, de CTI’s, ou de cemitérios país afora, colocando em primeiro plano cadáveres sendo literalmente empacotados em sacos pretos ou empilhados em covas, via-de-regra transportados por empilhadeiras, é preciso que todos nós, ao menos por alguns instantes repensemos sobre esta forma de envenenamento coletivo a que somos submetidos, talvez até de forma inconsciente, há mais de ano.

As imagens de moribundos sendo retirados de filas enormes de ambulâncias, todos eles candidatos a permanecerem em filas onde disputarão com centenas de outros infortunados o direito de ocuparem, sabe-se lá quando ou onde, um leito em UTI, parece ser algo rotineiro.  E a notícia continua nos mostrando que ele só chegará à UTI  se não houver um outro concorrente, de menor idade ou com menos comorbidades que, segundo os protocolos vigentes, fará com que a equipe médica de plantão,  escolha quem será salvo ou morrerá ali mesmo na portaria, buscando o ar que para todos eles, significa um sopro de vida, ainda que por alguns instantes mais. 

Aqui, caro leitor, não nos cabe neste momento, relembrar por quais razões isto ocorre neste país que um dia já foi das Maravilhas, pelo menos para uma tal de Alice. Infelizmente, esta é a realidade, mesmo após um ano de prevalência da tal pandemia. Não nos pergunte por culpa de quem. Parece-nos, de todos aqueles que desde a época de Cabral, vem surrupiando as riquezas deste país, espalhados e protegidos entre si, nos três poderes da tal República.

O que precisamos neste momento, e acreditamos, todos nós, é sim, de mudarmos  o enfoque desta prosa: Vamos lá:   

Imaginemos que nem tudo está perdido. Há sim, notícias boas, alvissareiras, que também podem ocupar nossas mentes.  Saibam que, apesar da pandemia, ou melhor, em função dela, hoje aqui na cidade de Formiga, podemos acreditar que o ser humano ainda é capaz de reunir forças para ajudar a seus semelhantes e passar por cima das vicissitudes a que temos sido submetidos.

Não faz uma semana que um grupo de cursilhistas ao saberem que nossos irmãos desta, e de outras cidades da redondeza, estavam precisando ali mesmo no tal Hospital de Campanha, de alguns insumos indispensáveis, dentre estes fraldas geriátricas, em menos de 24 horas, se movimentaram nas redes sociais e arrecadaram quase R$50 mil, logo empregados na aquisição do que ali faltava, ainda que temporariamente, conforme se soube.

E quarta-feira (7), mais uma comprovação de que unidos somos mais fortes se deu através da mesma mecânica. Um cidadão, sem grandes poderes aquisitivos, pode por meio de uma vaquinha virtual, contar com os recursos necessários para a aplicação de um medicamento de alto custo que, ao que se sabe, tem sido a tábua de salvação para aqueles que dele possam dispor. Pena que o SUS não o disponibilize a todos os acometidos pelo maldito vírus, mas isto são outros quinhentos! O que interessa é que uma vida certamente será salva, com a ajuda de muitas outras!

E aqui mesmo nesta edição, à página 10, trazemos a alvissareira notícia de que o soro produzido pelo Butantan, finalmente venceu a burocracia da Anvisa e sabe-se lá de quem mais, e começa a ser testado em humanos. Graças a Deus e ao incansável trabalho de nossos pesquisadores esta é mais uma luz que se acende no fim deste tenebroso túnel em que nos metemos.

E, para descontrair é preciso que leiamos também nesta edição, na página 08, matéria de cunho informativo/cultural em que aparece um formiguense, isto mesmo, um jovem formiguense, que entra para os anais dos registros do cinema mundial, como um dos criadores de “Wolfwalkers”, longa de animação, cotado para a disputa do “Oscar”.  Eduardo de Lima Damasceno é o nome dele.  Anote aí porque este “cara” vai longe! Quando eu o conheci, ele me foi apresentado como filho do Dr. Damasceno e de D. Dagmar. Agora amigos, me permitam uma inconfidência:  ao se apresentarem digam com muito orgulho e galhardia:  “nós somos os pais, do Eduardo”!

E finalizando, só por falta de espaço, pois querendo, a gente acha muita coisa boa para noticiar. Aqui na Formiga, já está a todo vapor a arrecadação através da inciativa denominada Campanha Rui Palomo, gerida pela Central de Distribuição de Cesta Emergencial, na busca de alimentos para auxiliar milhares de famílias que engrossam a fileira das carentes, principalmente agora, após a paralisação de empresas e sua consequente perda de vagas de trabalho.

Dito isto, ficamos a imaginar que:  quem se dispuser a ajudar o próximo, ainda que seja por pouco menos ou mais de uma hora por noite, que se desobrigue de assistir a coletânea de más notícias a que nos referimos no início deste editorial e, quem sabe, neste tempinho precioso, venha a engrossar as fileiras daqueles que já estão se dedicando a minorar o sofrimento de tantos outros que, dependem sim, da ação solidária de todos nós.

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