Rebaixado à Série B, o Cruzeiro terá redução de mais de 70% em seu orçamento para 2020. A previsão de receitas no próximo ano é de R$ 80 milhões, número bastante inferior aos R$ 300 milhões que haviam sido calculados em 2019. As cifras foram divulgadas pelo empresário Vittorio Medioli, nomeado CEO do clube, em entrevista ao programa Bastidores, da Rádio Itatiaia.

“Cortar gastos é a primeira coisa. Gastos desnecessários. E otimizar os recursos que teremos à disposição. Na realidade, não temos grande coisa à disposição. O orçamento que já foi de R$ 300 milhões caiu para R$ 80 milhões para o próximo ano. Então, teremos à disposição de R$ 5 milhões a R$ 6 milhões por mês. Teremos que nos ajustar a essa realidade. Mas é um recurso que dá para fazer muitas coisas”.

A previsão de trabalhar com R$ 80 milhões em 2020 é consequência da má gestão de Wagner Pires de Sá, que elevou a dívida geral do clube para mais de R$ 700 milhões. Entre as principais condutas do ex-presidente estão o aumento no quadro de funcionários, os salários astronômicos pagos a jogadores e dirigentes, as comissões destinadas a empresários e as contratações de serviços superfaturados.

No primeiro semestre de 2019, o Cruzeiro começou a sentir os efeitos da administração temerária ao atrasar o pagamento de remunerações. A diretoria negociou atletas e antecipou receitas de patrocínio e cotas de televisão (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileiro), mas não cobriu o rombo financeiro. E para piorar, deixou o clube na bancarrota, devendo salários, direitos de imagens e outras verbas trabalhistas.

Para Vittorio Medioli, somente um trabalho de grande responsabilidade fiscal em prazo de três anos é que colocará a Raposa novamente nos eixos. “Se eu te respondesse com segurança, seria irresponsável. Nós ainda não conhecemos todos os detalhes da situação do Cruzeiro. Mas acredito que em três anos o Cruzeiro chegará a outro nível de consistência e de dar satisfações à torcida”.

O Bragantino campeão da Série B de 2019 somou 75 pontos, sete a mais que o vice-campeão, Sport. Com aporte da empresa de bebidas energéticas Red Bull, o clube paulista gastou cerca de R$ 50 milhões com o futebol. Já o América, que por pouco não subiu à Série A – ficou em quinto, com 61 pontos, um a menos que o quarto colocado, Atlético-GO -, tem previsão para desembolsar R$ 30 milhões com o futebol em 2020.

Os exemplos mencionados mostram que o Cruzeiro tem condições de amortizar as dívidas e montar um grupo que suba com tranquilidade à Série A. Nas próximas semanas, o Conselho Gestor divulgará um plano para livrar o clube das pendências de maneira gradual, sem comprometer o futebol.

 

Fonte: Matéria do Super Esportes||https://www.mg.superesportes.com.br/app/noticias/futebol/cruzeiro/2019/12/24/noticia_cruzeiro,3820508/rebaixado-a-serie-b-cruzeiro-reduzira-em-ate-70-orcamento-para-2020.shtml
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