Para o vice-presidente Financeiro e Administrativo da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Asaprev/RJ), Hélio Guimarães Santos, não há razões para comemorar, nesta terça-feira (24), o Dia do Aposentado. À Agência Brasil, ele disse que os aposentados brasileiros só têm tido perdas ao longo dos últimos anos.
Ele cita como exemplo o fato de que, enquanto o salário mínimo subiu 14,13% este ano, atingindo R$ 622, o reajuste dos benefícios de quem ganha mais de um salário mínimo ficou em 6,08%. Com isso, a cada ano, em torno de 1 milhão de aposentados, segundo ele, passam a integrar o grupo de quem recebe apenas o piso legal. Pessoas que recebiam 12 salários mínimos, hoje estão recebendo cinco, disse Santos.
No Dia do Aposentado, o ministro interino da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, disse que o esforço do governo é para aprimorar o atendimento em todo país e fazer com que o sistema seja mais eficiente. ?O que queremos é cada vez mais eficiência na gestão e melhoria da prestação dos serviços?, destacou.
Gabas reconheceu que ainda há muito o que avançar, mas ressaltou que as mudanças devem ser permanentes para facilitar o acesso das pessoas aos serviços previdenciários. ?Modificamos [alguns] procedimentos para que o acesso dos cidadãos aos nossos serviços seja facilitado?, disse ao participar, pela manhã, de solenidade de aniversário do Ministério da Previdência Social.
O ministro interino ressaltou que a presidente Dilma Rousseff cobra de forma constante mais profissionalismo no atendimento aos cidadãos. ?A presidenta Dilma tem nos cobrado mais eficiência, mais empenho, profissionalização das nossas unidades de atendimento, da nossa gestão?, ressaltou.
No entanto, as dificuldades de acesso a informações, ao encaminhamento de documentos para a aposentadoria e a burocracia do órgão para obter a aposentadoria predominam entre as queixas dos trabalhadores. Essa é a queixa do comerciante Rubens Rodrigues de Alvarenga, de 52 anos, que há quatro anos se viu obrigado a pedir o benefício após amputar uma das pernas em decorrência das complicações de um aneurisma vascular. ?Os peritos não me aposentam porque dizem que posso trabalhar normalmente. O problema é que sinto dores constantes e tenho pouca mobilidade, mesmo assim preciso continuar trabalhando, enquanto a aposentadoria não sai, tenho que manter minha família e pagar as contas?, disse o comerciante que tenta obter a aposentadoria.

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