Curitiba, PR – Foi instalado esta
semana no município de Palmas, no
Paraná, o maior aquecedor ecológico
já construído no Brasil. Foram
utilizadas 3,3 mil embalagens para a
montagem, sendo 1,8 mil garrafas
PET e 1,5 mil embalagens longavida.
As garrafas utilizadas na montagem
representam o reaproveitamento
de aproximadamente 100
quilos de plástico.
A coordenação do projeto é da
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, aproveitando um
sistema criado pelo catarinense José
Alcino Alano. O aquecedor está ajudando
a diminuir gastos com o fornecimento
de energia elétrica para
esquentar cerca de 8 mil litros de
água consumidos diariamente no
alojamento da 15ª Companhia de
Engenharia de Combate do Exército
Brasileiro, onde vivem 50 soldados.
O secretário do Meio Ambiente,
Rasca Rodrigues, destacou os benefícios
desse sistema alternativo de
aquecimento. ?É uma energia que
não traz impactos ao meio ambiente,
é limpa. Evita que resíduos que
podem ser reciclados ou
reaproveitados se acumulem nos
aterros, diminuindo a vida útil destes
depósitos. E, ainda, quem o utiliza
economiza dinheiro, pois seu
uso reduz em 35% o valor da conta
de luz?.
Aquecedor ecológico construído no
Paraná reaproveita 100 quilos de plástico
MEIO AMBIENTE
Blog SOS Rios
José Alcino Alano conta que desde
2004, recebe apoio do Programa
Desperdício Zero, da Secretaria do
Meio Ambiente, para divulgar sua
obra, registrada como projeto-livre.
?É livre porque pode ser reproduzido
sem finalidades comerciais, apenas
para melhorar o meio ambiente
e a qualidade de vida daqueles que
precisam?, explicou.
O Paraná já possui cerca de 6
mil aquecedores, mas segundo o
coordenador do Desperdício Zero,
Laerty Dudas, esse número pode ser
maior, pois são ministradas oficinas
que formam muitos multiplicadores.
?O projeto caminha sozinho?.
Os aquecedores estão sendo muito
usados também para aquecer água
para lavar galões de leite, além de dar
banho nos animais.
Segundo Alano, para construir
um aquecedor com capacidade para
esquentar a água para banho de quatro
pessoas, são utilizadas 240 garrafas
PET e 200 embalagens longa vida,
além de canos e conexões de PVC.
Esses números levam o secretário
Rasca Rodrigues a contabilizar que
nos seis mil sistemas já existentes no
estado, evitou-se que pelo menos 1,2
milhão de garrafas PET e quase 1,5
milhão de embalagens longa-vida
fossem direcionadas aos aterros.
Dados da coordenadoria de Resíduos
Sólidos da Secretaria do Meio
Ambiente mostram que de cada 100
garrafas PET comercializadas no
Paraná, apenas 15 são recicladas . Já
o consumo de embalagens longavida
chega a 400 milhões de unidades
por ano, das quais 240 milhões
são lançadas no meio ambiente,
causando forte impacto ambiental.
José Alcino Alano, responsável
também por um projeto em Santa
Catarina, feito com 1,7 mil garrafas,
explica como são construídos os
aquecedores, conhecimento que é
repassado nas oficinas que formam
os multiplicadores. ?O sistema é o
mesmo dos aquecedores solares
produzidos industrialmente. A diferença
é o material utilizado para
montar o painel que aquece a água:
garrafas PET, embalagens longa-vida
e alguns metros de canos de PVC?.
Primeiro é preciso recortar as
garrafas e caixas que irão formar
o painel, depois pintar de preto os
canos e embalagens longa-vida
que irão absorver energia solar e
transformá-la em calor. As garrafas
envolvem os canos por onde
passa a água e mantêm o calor
através de efeito estufa. A água sai
da caixa d?água em temperatura
ambiente, passa pelo sistema, eleva
a sua temperatura e volta para
a caixa. Após seis horas, em média,
nesse ciclo constante, a água pode
chegar a uma temperatura de até
38 graus Celsius no inverno, e
mais de 50 no verão.

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