A onda de ataques a instituições bancárias, principalmente a caixas eletrônicos, parece distante de um fim, como mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24), em âmbito nacional. Segundo o levantamento, Minas Gerais é o Estado campeão em número de arrombamentos a bancos: são 272 casos – um aumento de 946,15% na comparação com 2011, quando foram 26 ocorrências. O secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, reconheceu o aumento, que chamou de preocupante, e disse que o Estado mudou a estratégia de combate, tirando o foco dos explosivos e partindo para o enfrentamento aos criminosos.
No ano passado, nós tentamos conter a distribuição ilegal de explosivos, contudo, a ação não teve o efeito esperado. Os casos tiveram um pico nos últimos meses do ano passado, afirmou Rômulo Ferraz. Segundo ele, uma equipe da Divisão Especializada em Operações Especiais (Deoesp) agora responde pelo combate aos crimes.
A pesquisa mostra, ainda, que, somados os arrombamentos e os assaltos a bancos de 2012, Minas é o segundo Estado em ocorrências, com 301. Os bancos mineiros só perdem para os paulistas, que registraram 492 ações. Segundo o Banco Central, no entanto, São Paulo conta com 39.720 instalações bancárias (agências, postos, caixas eletrônicos e estabelecimentos que oferecem serviços bancários), enquanto Minas Gerais tem 16.749, menos da metade. A comparação revela que a situação em Minas é ainda mais grave, declarou o diretor da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
Porém, ao contrário de Minas, em São Paulo, o número de ocorrências fica dividido de forma equilibrada entre assaltos – 222 casos – e arrombamentos – 270 registros. A pesquisa apurou que, em Minas, foram 29 assaltos, o que representa uma queda de 9,38% na comparação com 2011, quando foram 32 crimes.
Em todo o país, a pesquisa aponta que o número de ataques a bancos cresceu 56,95%, partindo de 1.612 casos, em 2011, para 2.530 no ano passado. A quantidade de arrombamentos subiu 83,84% – de 959 para 1.763. O número de mortes em ações criminosas também subiu: 16,3%. Em 2012, 57 pessoas morreram nos ataques; no ano anterior foram 49.
Segurança
No ano passado, de acordo com o levantamento, os oito maiores bancos brasileiros investiram R$ 3,1 bilhões em segurança. Em contrapartida, teriam lucrado R$ 51,3 bilhões. Estamos cobrando melhorias nas condições de segurança nos bancos, mas a preocupação é apenas com o lucro, afirmou Ademir Wiederkehr.

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