Polícia Civil de Divinópolis cumpriu na tarde dessa terça-feira (13) cinco mandados de busca e apreensão em dois endereços residenciais, no gabinete do assessor especial de governo, Antônio Fausto da Silva Barros, de 59 anos e na empresa e na casa do assessor Cláudio Moisés. Barros foi condenado por fraudar licitações públicas e, por isso, não poderia trabalhar como funcionário do Executivo.

Segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o prefeito Galileu Machado, de 84 anos, também foi condenado na mesma ação de fraude em licitação e pode responder por improbidade administrativa, por saber da condenação do assessor e, mesmo assim, tê-lo nomeado. A Prefeitura disse, em nota, que as ações desta terça são de um processo de mais de dez anos, que não tem nenhuma relação com a atual gestão. (Veja a íntegra da nota abaixo)

De acordo com informações do promotor do Patrimônio Público do MPMG, Gilberto Osório, Barros possui condenação por fraude em licitações em Divinópolis. “Ele é acusado de falsidade ideológica, por assinar um documento declarando não ter nenhum impedimento para assumir o cargo. Ele ocultou a informação de ter condenação”, afirmou.

O prefeito Galileu Machado, de 84 anos, também foi condenado na mesma ação de fraude em licitação, mas recebeu o benefício da prescrição por causa da idade. Mesmo assim, ele poderá responder por improbidade administrativa, por saber da condenação do assessor e, mesmo assim, tê-lo nomeado para a função e também para a presidência do diretório municipal do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

Além da falsidade ideológica, pesa ainda sobre Barros a acusação de coação de testemunha. Segundo o delegado regional da Polícia Civil, Leonardo Pio, o assessor, com a ajuda de Cláudio Moisés, que também teve a casa e a empresa ____ pelos policiais nesta terça, coagiu uma testemunha fundamental para a condenação do assessor.

“O Fausto veio à delegacia e solicitou a abertura de um inquérito alegando que a palavra da testemunha era falsa e caluniosa. O Cláudio é ex-marido da testemunha e levou até ela um documento para que ela assinasse, retirando todo o testemunho. A testemunha assinou um termo de retratação e, dias depois, procurou a delegacia alegando que assinou o documento por medo”, revelou.

A delegada que investiga o caso, Adriene Lopes, completou que, com a retratação da testemunha, Fausto poderia tentar a anulação da condenação. “Ela contou e foi verificado também no aparelho celular dela uma ligação de Fausto Barros agradecendo a assinatura do documento e afirmando que iria retirar a queixa que havia prestado contra ela”, disse.

Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos documentos e computadores nos locais visitados. Alé disso, na casa de Fausto Barros foi localizado R$ 29 mil em dinheiro e uma arma de fogo. No bolso dele, foram encontrados cerca de R$ 2 mil, que ele alegou ser para despesas do dia. O assessor foi detido por posse ilegal de arma e levado para a delegacia.

O delegado de plantão, Marco Antônio, afirmou que o procedimento vai ser analisado, mas que provavelmente ele será autuado em flagrante pela posse de arma e pode ser liberado após o pagamento de uma fiança, que ainda será estipulada. Barros foi afastado das funções, não pode entrar em nenhuma repartição pública municipal e está proibido de se aproximar e conversar com testemunhas.

Veja nota completa da Prefeitura:

“Sobre os fatos registrados nesta terça-feira (13/07) na Prefeitura de Divinópolis, informamos que são resultantes de um processo investigativo que remonta há mais de uma década, ou seja, com nenhuma relação com a atual gestão. É imperativo informar que é prática comum desta Administração cumprir as determinações apresentadas pelo Judiciário, sempre no efetivo interesse de esclarecer todos os fatos.”

 

Fonte: G1 ||

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