Sem vontade política e sem a disponibilização imediata de recursos financeiros, tudo indica que a partir de dezembro, o Aterro Sanitário de Formiga não mais terá condições de receber o lixo produzido na cidade. Obras e providências previstas em projeto continuam a passo de espera.

Esta foi a conclusão a que chegaram os técnicos da própria Secretaria de Gestão Ambiental e o engenheiro Romeu Sant’Anna, responsável pelo projeto que, uma vez cientificado sobre as atuais condições do aterro, fez severas críticas sobre o assunto, e as encaminhou à administração municipal, alertando-a.

Rememorando:

Em visita realizada no dia 13 de julho deste ano, o ex-secretário de Gestão Ambiental e editor deste semanário, Paulo Coelho, atendendo a uma solicitação da Comissão de Meio Ambiente do Legislativo, constatou o atraso na realização de obras importantíssimas que já deveriam estar em andamento. Em companhia do atual secretário, Marcelo Senne e de Natália Pereira, engenheira responsável pela operação daquele importante equipamento público, percorreu toda a área e os três analisaram e concluíram pela necessidade urgente de se implementar algumas ações, visando minimizar os problemas que poderão ocorrer em poucos meses, pelo não cumprimento de implantação do previsto em projeto.

 

Cientificado dos fatos, o competente engenheiro e projetista responsável pelo projeto que, uma vez inaugurado e em funcionamento, foi considerado pelos órgãos fiscalizadores, por muito tempo, como exemplo de solução ambiental bem implantada e operada, ele de pronto, concordou com o rol de providências já elencado e em ata própria, exigiu que o município dê sequência as mesmas, sem o que, se necessário, na condição de  responsável técnico tomará as providências cabíveis junto ao Crea e aos órgãos fiscalizadores.

Segundo informações apuradas pelo jornal, o prefeito Moacir Ribeiro ao ser (mais uma vez), cientificado dos graves problemas existentes, determinou a seus subordinados que cumprissem com a urgência devida o que necessário fosse para se evitar a degradação daquele equipamento público ou a interrupção de seu normal funcionamento.

Acompanhando as providências:

Esta semana, ouvido, o secretário da pasta, informou que a escavadeira hidráulica há muito requisitada, havia sido liberada para serviços naquela área e que também a Secretaria de Obras havia disponibilizado mais um veículo para o transporte de terra, material indispensável para o recobrimento do lixo, em especial daquele visível nas bordas da célula em uso e que, sem a devida compactação e o necessário recobrimento que permita o plantio de gramíneas, não se evitará, com a previsível chegada das chuvas, problemas sérios como os advindos pelo carreamento de material.

Segundo Marcelo, também os trabalhos de locação da nova célula (3), tão logo sejam resolvidas as pendências junto à empresa contratada, serão reiniciados (levantamento topográfico).

Cientes de que ainda será necessário além do emprego de mão de obra própria, aquela desenvolvida por especialistas (colocação e soldagem das lonas PADs – construção de redes de drenagem, construção de canaletas, aquisição de materiais necessários), o atual secretário de Gestão Ambiental informou que a secretaria está se desdobrando para obter de outras pastas envolvidas, em especial a da Fazenda, o incondicional apoio para que uma provisão (reserva) de recursos seja disponibilizada, sem a qual não haverá a menor condição de se evitar a tragédia que, diga-se se passagem, vem sendo anunciada há muito tempo.

Sugestões:

Importante ressaltar que o próximo prefeito, seja ele quem for, deverá providenciar a revogação da  LEI Nº. 4338, aprovada anteriormente e que ainda hoje inviabiliza todo e qualquer esforço para que se consiga tomar providências capazes de tornar a operação do aterro algo autossustentável. Como exemplo, citamos a formação de consórcios, hoje preconizada pelos órgãos fiscalizadores como sendo a solução ambientalmente correta e capaz de gerar recursos sem onerar os bolsos dos contribuintes locais. Isto é algo que precisa ser novamente cogitado, com urgência. Do contrário, mais uma vez, perderemos o “bonde da história”.

Aqui vale a pena relembrar que os custos do aterro, operando 45 toneladas/dia, certamente serão os mesmos para se dobrar sua capacidade de recepção e acondicionamento de material. Também a reciclagem, que chegou a ser superior a 10% do lixo produzido diariamente e que hoje está em torno de 2,5 a 3%, precisa ser reativada com urgência.

Resumindo:

Mais uma vez, enfatizamos que a Comissão de Meio Ambiente do Poder Legislativo, o próprio Executivo e se preciso for, até mesmo outras entidades representativas da sociedade, todos devem se conscientizar de que: se nada for feito, ou se o for a passos de tartaruga como hoje, com a chegada das chuvas a cidade provavelmente, não terá onde descartar o lixo aqui produzido.

Se isto ocorrer, infelizmente passaremos a figurar como o município que em matéria de preservação ambiental saiu rapidamente (em menos de quatro anos) do “LUXO” para se chafurdar no “LIXO”. Como diria o velho Bóris, “isto sim, será uma vergonha”.

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