A notícia divulgada na terça-feira (1º) pelo IBGE de que a expectativa de vida do brasileiro subiu para quase 73 anos mexeu com o ânimo de muita gente e com o bolso de muitos trabalhadores.
Viver mais é o sonho de quase todo brasileiro, mas o aumento da expectativa de vida não é exatamente uma boa notícia para quem planeja a aposentadoria.
Um homem de 60 anos contou que quando se aposentou em julho passado, ficou surpreso com o valor. Era pra vir R$ 1.814. Acabei recebendo R$ 1.482?, disse.
Isso por causa do fator previdenciário, usado desde 1999 para calcular o valor da aposentadoria por tempo de contribuição.
O fator é uma fórmula complicada que leva em conta: idade, tempo de contribuição e expectativa de vida. Quanto maior ela for, menor o benefício.
Como o brasileiro vive cada vez mais, a cada ano o fator encolhe o valor inicial da aposentadoria. Veja o exemplo de um homem de 60 anos de idade e 35 de contribuição, com salário referência de R$ 3 mil.
Se ele pediu aposentadoria até 30 de novembro, vai receber R$ 2.635. Desde terça-feira, com a divulgação do aumento da expectativa de vida maior pelo IBGE, esse mesmo segurado passa a receber R$ 2.623, são R$ 12,30 a menos.
Se você tem uma expectativa nacional de sobrevida maior, você tem que fazer uma reserva maior do caixa previdenciário pra poder estar pagando benefícios pra todos, explica a advogada previdenciária, Marta Gueller.
Em dez anos, o INSS economizou R$ 10 bilhões com o fator previdenciário. Ele foi criado para incentivar as pessoas a contribuir por mais tempo. Essa é uma opção para quem ia se aposentar agora em dezembro e quer compensar as perdas por conta da mudança do fator. Mas será que vale a pena?
Serão em média dois meses a mais de contribuição para igualar o valor. Essa advogada acha que quem não é assalariado não deve esperar. Já quem está empregado tem de fazer as contas.
Ele calcula quanto tempo ele vai ficar depois recebendo o beneficio pra recuperar depois aquilo que ele deixou de receber e o que ele pagou naqueles 2 meses que ele ficou postergou o beneficio, diz a advogada.

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