Na sexta-feira passada (29) foi celebrado o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), responsável por seis milhões de mortes anualmente, sendo 100 mil somente no Brasil. A epidemia silenciosa, como é considerada por especialistas, ataca todas as pessoas, quase sem restrições, independente de idade e sexo, atingindo também crianças e até recém-nascidos. Cuidados urgentes são defendidos pela Organização Mundial de AVC que alerta para o número alarmante: a cada seis segundos, ocorre um óbito provocado por AVC no mundo.
Segundo a Rede Nacional de Atendimento ao AVC, a enfermidade é responsável por mais mortes anualmente do que as motivadas pela aids, tuberculose e malária juntas. Entretanto, ela pode ser evitada e tratada se as pessoas tomarem conhecimento e prevenirem os fatores de risco como hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, sedentarismo e tabagismo. Importante também são os cuidados básicos com a saúde: praticar atividades físicas, buscar uma alimentação saudável, aferir a pressão e medir o nível de glicose regularmente.
Em Minas Gerais, ações da Secretaria de Estado de Saúde (SES), como a criação dos Centros Hiperdia, têm contribuído para a queda dos óbitos causados pela doença. ?Desde 2009 a Rede Hiperdia foi definida como uma das áreas prioritárias de governo. A implantação desses serviços foi iniciada em dezembro de 2007, e atualmente existem sete Centros Hiperdia em funcionamento. Ainda em 2010 mais três centros serão inaugurados, totalizando 10 centros implantados em diferentes microrregiões de Minas Gerais?, ressalta o coordenador de Hipertensão e Diabetes, Ailton Cezário Alves Junior.
A Rede Hiperdia busca ampliar a longevidade e melhorar a qualidade de vida da população mineira, por meio de intervenções capazes de diminuir a morbi-mortalidade por Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica.
Para lembrar a data de combate à doença, a Coordenação Estadual de Hipertensão e Diabetes promove, durante toda a semana, a Oficina de Implantação de mais um Centro Hiperdia, que está situado na cidade de Itabira, na região Central do Estado. Esse serviço beneficiará a população da microrregião de Itabira, ofertando atendimento especializado.
Dados epidemiológicos mostram que, em 2009, o número de óbitos por AVC no Estado de Minas Gerais foi de 2.158 pessoas na população feminina e 2.334 na população masculina. A mortalidade por AVC apresenta um aumento significativo na mudança de faixa etária de 50-59 anos para a de 60-69 anos.
Tratamento e seqüelas
Vale ressaltar a eficiência do tratamento, que possibilita aos pacientes a completa recuperação da saúde, inclusive, com a eliminação das sequelas e a manutenção da qualidade de vida, com os cuidados e apoio adequados. Os principais obstáculos para o sucesso do tratamento e a recuperação do paciente são o não reconhecimento dos sinais e sintomas da doença e a falta de orientação sobre os locais para atendimento adequado.
O Acidente Vascular Cerebral ocorre quando um vaso sanguíneo que transporta sangue e oxigênio para o cérebro é obstruído (AVC Isquêmico), 80% dos casos, ou se rompe (AVC Hemorrágico). Na falta do oxigênio, os neurônios da região atingida param de funcionar e começam a morrer em segundos.
Portadores de hipertensão, diabetes, colesterol alto e arritmias cardíacas estão mais propensos a contrair a doença, assim como os tabagistas e os que possuem histórico na família. Para essas pessoas é recomendada a procura imediata de um hospital, assim que surgirem alguns dos seguintes sintomas: perda de força, dormência de um lado do corpo, dificuldade de falar e enxergar, tontura e desequilíbrio.
Estima-se que se o paciente receber atendimento adequado até quatro horas e meia após perceber o sintoma, há 100% de chance de normalização da circulação e menor risco de sequelas.
Fique alerta para os sintomas do AVC
– Fraqueza ou dormência súbita da face, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo;
– Confusão súbita, dificuldade de falar ou entender;
– Dificuldade de enxergar com um ou com os dois olhos;
– Dificuldade súbita para andar, tonteira, perda do equilíbrio ou coordenação;
– Dor de cabeça muito forte, sem causa conhecida, de instalação súbita, sobretudo se acompanhada de vômitos.

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