Na segunda-feira (11), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) juntamente com a direção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal apresentaram ao Comando Nacional dos Bancários, novas propostas que contemplam aumento real de salário, valorização dos pisos (R$ 1.250 nos bancos privados e R$ 1.600 no BB e na Caixa), melhoria na PLR e definição de mecanismos de combate ao assédio moral.
Os sindicatos dos bancários vão avaliar nesta quarta-feira (13), em assembleias, a nova proposta feita para tentar por fim à greve do setor. A nova proposta prevê reajuste de 7,5% nos salários dos empregados que recebiam, em agosto de 2010, remuneração fixa mensal de até R$ 5.250,00; adição de R$ 393,75, com garantia mínima de 4,29% para os salários acima de R$ 5.250; e reajuste de 7,5% para todos os benefícios.
Para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) foi proposta a mesma regra da convenção 2009/2010, com correção de todos os valores em 7,5% e, para o limite individual da parcela adicional, um índice de correção mais elevado, passando de R$ 2.100 para R$ 2.400.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) afirmou que a orientação do Comando Nacional dos Bancários é pela aceitação das novas propostas, suspensão da greve e volta ao trabalho nesta quinta-feira, dia 14.
Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o país conta com 19.830 agências bancárias. De acordo com a Contraf, essa é a maior greve da categoria bancária nos últimos 20 anos, já que na quinta-feira (7) 8,28 mil agências ficaram fechadas.

Reivindicações
Os bancários reivindicam reajuste de 11%, valorização dos pisos salariais, maior participação nos Lucros e Resultados (PLR), medidas de proteção à saúde com foco no combate ao assédio moral e às metas abusivas, garantia de emprego, mais contratações, igualdade de oportunidades, segurança contra assaltos e sequestros e fim da precarização via correspondentes bancários, entre outros pontos.
Banco do Brasil
A proposta específica do BB garante reajuste de 7,5% para todas as verbas salariais, incluindo comissões e VR (valores de referencia), sem o teto da proposta da Fenaban. O piso salarial será elevado para R$ 1.600, o que representa 12,99%, sendo aumento real de 8,71%. O BB irá implantar Carreira de Mérito como parte de um Plano de Carreiras e Remuneração (PCR) com efeitos retroativos ao ano de 2006.
A forte participação dos funcionários do BB na greve arrancou valorização do piso, implantação de itens referentes ao Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS), revisão do modelo de descomissionamento e manutenção do modelo de PLR, considerado o melhor da categoria, afirma Eduardo Araújo, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, que assessora o Comando Nacional nas negociações com o banco.

Caixa Econômica Federal
A proposta específica da Caixa também aplica o reajuste de 7,5% em todas as verbas salariais sem o limite da proposta da Fenaban, elevação do piso para R$ 1.600 indo para R$ 1.637 após 90 dias e um acréscimo linear de R$ 39,00 em todas as referências do Plano de Cargos e Salários (PCS) de 2008. O banco se compromete ainda a seguir a proposta de PLR acordada na mesa unificada e pagar ainda uma PLR Social, equivalente a 4% do lucro líquido, com distribuição linear para todos os empregados.
Chegamos a essa proposta com o esforço da mobilização dos trabalhadores. Além do reajuste com aumento real e valorização do piso, há a conquista de uma PLR social de 4% do lucro líquido além da regra acordada com a Fenaban, fazendo o montante a ser distribuído pelo banco com a PLR atingir 19% do lucro líquido, salienta Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE Caixa), que assessora o Comando nas negociações com a Caixa.

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