Os bens fiscalizados na operação contra sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Capitólio estão avaliados em R$ 20 milhões, segundo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que cumpriu nesta sexta-feira (19) cinco mandados de busca e apreensão na cidade do Centro-Oeste mineiro.

Batizada de “Irmãos Ostentação”, a operação tem como alvo uma família com negócios na Região Metropolitana, Sul de Minas e Centro-Oeste de Minas.

As investigações apontam que a família abria empresas nas áreas de beneficiamento e distribuição de alimentos e encerrava as atividades das mesmas, deixando para trás dívidas com o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Conforme o MPMG, parte do dinheiro sonegado era usada na abertura de outras empresas em nome de “laranjas”. A dívida em impostos é estimada em cerca de R$ 10 milhões.

Ao todo, oito pessoas foram presas e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Belo Horizonte e Contagem, na Região Metropolitana, Passos, no Sul de Minas, e Capitólio.

Capitólio

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas casas que ficam dentro de um condomínio de luxo em Capitólio, às margens da Represa de Furnas, e pertenceriam aos suspeitos.

Outros três mandados foram cumpridos na região conhecida como “Kanto da Ilha”. No local, existem uma cervejaria, uma pousada e um restaurante avaliados em R$ 20 milhões, segundo o MPMG.

A promotoria informou que há indícios de que o esquema criminoso continua e, portanto, as investigações seguem para identificar outras empresas e pessoas envolvidas.

Entenda o caso

Conforme o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), as empresas foram mantidas em funcionamento por um período de tempo suficiente para atingir solidez econômica, e depois foram propositalmente esvaziadas, deixando pra trás a dívida milionária de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Com o valor desviado dos cofres públicos, os investigados montaram restaurante, cervejaria e hotel, para a lavagem de dinheiro, dificultando a identificação dos bens ilicitamente adquiridos e seus reais proprietários. Segundo o MP, foi criada uma nova empresa atacadista em Contagem, na região da Centrais de Abastecimento (Ceasa) e com filial na cidade de Passos, também suspeita de sonegação.

Ainda conforme a promotoria, como forma de garantir o anonimato diante da fiscalização e não levantar suspeitas, os novos empreendimentos foram assumidos por laranjas, a maioria deles parentes dos investigados que continuaram, de fato, à frente dos negócios.

O Ministério Público afirma que as fraudes renderam milhões de reais aos investigados, que apresentavam sinais exteriores de riqueza, esbanjando nas redes sociais uma vida luxuosa, ostentando imóveis caros e carros de luxo. Segundo a Polícia Civil, só o restaurante instalado próximo à conhecida região de Escarpas do Lago estaria avaliado em torno de R$ 20 milhões.

Além do prejuízo já apurado, estimativas da Receita Estadual apontam para a existência de uma dívida fiscal ainda maior. De acordo com o MP, o valor só poderá ser estimado após análise do material apreendido na operação.

Participaram da ação 42 policiais civis, três promotores de Justiça e 40 servidores da Receita Estadual.

 

 

 

Fonte: G1||

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