A Black Friday, que acontece oficialmente nesta sexta-feira (24), apesar de muitos varejistas terem antecipado a liquidação, deve movimentar mais de R$2 bilhões no comércio eletrônico e crescer na faixa de dois dígitos, enquanto para o varejo físico a estimativa é mais modesta.

Nas contas da Ebit, consultoria especializada em comércio eletrônico, as lojas virtuais devem faturar R$2,190 bilhões, com alta de 15% em relação à cifra atingida no evento de 2016. Já a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico estima que a data movimente R$2,5 bilhões, um aumento de 18% ante 2016.

Mesmo com a crescente adesão de lojas físicas ao evento que começou no varejo online, as projeções de aumento de vendas no varejo tradicional são menores. A Associação Comercial de São Paulo espera um avanço entre 3% e 5% de crescimento de vendas da data do comércio como um todo (online e lojas físicas) em comparação com a Black Friday de 2016.

O portal Busca Descontos, idealizador da versão brasileira da liquidação tradicional nos Estados Unidos, estima que o volume total de compras pela internet em Minas Gerais ultrapasse R$ 250 milhões. Pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) mostram que os belo-horizontinos planejam gastar, em média, R$ 169,93 por produto, e realizar suas compras preferencialmente nas lojas de rua (41,4%).

Pedro Guasti, presidente da Ebit, observa que neste ano tanto os sites de comparação de preço como os órgãos de defesa do consumidor estão muito atentos, monitorando os preços no período que antecede o evento. Com isso, o risco de maquiar os descontos, isto é, subir os preços para depois cortá-los, é menor.

De motel a cachê de show

Os descontos oferecidos no período da Black Friday se espalharam para além dos habituais eletroeletrônicos e vestuário. Outros setores aderiram: de franquias e intercâmbio a hospedagem em motel passando pelo cachê da cantora de música sertaneja Jéssica Queiroz. “O maior fator é a difusão da marca. A gente corta parte do lucro, sim, e é uma coisa que já está orçada”, afirma Marcelo Cansini, fundador da agência de intercâmbio World Study.

Outra alternativa “fora da caixa” é a aquisição de franquias. A Cosmetic Green dá 50% de desconto na taxa de franquia, de R$950, até hoje. Já a rede de fast-food Burger King, nesta sexta-feira (24), trocará a batata média dos combos por um balde cheio de fritas com dois sachês da famosa maionese da rede. O combo de whopper com refil de refrigerante vai custar R$19,90.

 

Consumidor ainda está ressabiado

De olho nos preços
Quantidade de produtos monitorados: 11.437
Período: de 8 a 21 de novembro
Quem pesquisou: o Zoom, site e aplicativo de comparação de preços
Resultado:
51% dos produtos ficaram com preços estáveis
27,5% tiveram reduções (já antecipando a promoção)
21,5% sofreram aumento de preço (o que pode indicar uma possível maquiagem dos descontos nesta sexta-feira (24)

Desconfiança
Apesar de consolidada, a Black Friday desfruta de baixa credibilidade
74% dos consumidores acreditam que poucas promoções são reais
69% dos consumidores acreditam que as promoções da Black Friday incluem produtos fora de linha ou obsoletos
36% ainda não compraram na Black Friday por falta de confiança nos descontos ou por julgarem as ofertas pouco atrativas.

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/capa/economia/black-friday-deve-movimentar-mais-de-r-2-bilh%C3%B5es-1.1545764

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