Num momento em que a maior discussão no futebol brasileiro é o retorno às atividades em meio à pandemia pelo novo coronavírus, a atitude dos meias Cazares e Otero, ambos do Atlético, que disputaram uma “pelada” na noite de terça-feira (5), em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, traz um ingrediente comum à maioria dos jogadores e que aparece como o grande risco ao movimento de volta no esporte: a falta de maturidade dos atletas do futebol.

“Não estamos ainda no momento de aglomerações. O futebol, a pelada, e o encontro de pessoas, em qualquer objetivo, aumenta a chance de transmissão e de aquisição da Covid-19. É mais do que claro que, o futebol, pela proximidade das pessoas, é um terreno fértil para essa transmissão”, destaca Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia e integrante do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte.

Como o futebol, sendo ele praticado numa “pelada” entre amigos, como fizeram Cazares e Otero, ou profissionalmente, como muita gente quer no Brasil já neste mês de maio, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, é o palco ideal para a proliferação do novo coronavírus, o retorno às atividades dependeria de um rígido controle e de forte comprometimento dos atletas.

Urbano revela que o ideal seria o confinamento dos jogadores, uma espécie de concentração prolongada, por causa da rápida propagação do vírus. Como este cenário é muito complicado, ele destaca que o ideal seria a coisa começar em nível estadual e com um forte sistema de testagem dos envolvidos.

Protocolo

A recomendação de Urbano bate com as observações que o Ministério da Saúde fez ao protocolo de volta do futebol apresentado ao órgão pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo informou o portal UOL.

Após análise do documento, os técnicos do Ministério da Saúde destacaram que é fundamental que a CBF “garanta a realização dos testes e avaliações constantes não apenas nos atletas, mas também que seja ofertado aos membros das comissões técnicas, funcionários e colaboradores, assim como aos respectivos familiares e contactantes próximos”.

O churrasco de final de semana de um jogador, de qualquer clube, exigiria a testagem de todas as pessoas envolvidas. E o Ministério da Saúde, na resposta à CBF, destacou que “a disponibilização de testes rápidos no sistema de saúde encontra-se saturado diante das necessidades da população brasileira”.

Fonte: Hoje em Dia

 

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