Agência Estado , Gazeta Press

A medalha de ouro olímpica finalmente foi pendurada no pescoço de um pugilista brasileiro. Por decisão unânime dos jurados, o baiano Robson Conceição derrotou o francês Sofiane Oumiha na categoria dos pesos ligeiros (até 60 kg), nesta terça-feira à noite, pelos Jogos do Rio-2016. Com o Riocentro praticamente lotado – e contando com personalidades como o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman -, o brasileiro demonstrou habilidade em todos os recursos técnicos.

Robson figura agora na galeria de pugilistas nacionais com medalhas olímpicas: Esquiva Falcão, prata, e Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo, bronze, todas em Londres-2012, além do terceiro lugar conquistado por Servílio de Oliveira, no já distante México-1968.

Disputar a final do boxe foi uma vitória pessoal para Robson. “Minha vida inteira tem sido muito difícil”, comentou ele, logo que derrotou o cubano Lazaro Jorge Alvárez, na semifinal. “Havia 28 atletas nessa Olimpíada, todos se prepararam muito bem, mas posso dizer que treinei mais que eles. Por isso, é a hora de eu atingir alturas ainda maiores e ir mais longe”.

Aos 27 anos, baiano de São Caetano, bairro pobre de Salvador, Robson disputa sua terceira e última olimpíada – após os Jogos, pretende se tornar profissional. Com isso, ele acredita que conseguirá impulsionar o esporte entre os brasileiros, tentando amenizar as dificuldades rotineiras.

“O Comitê Olímpico deu um suporte ao boxe brasileiro, mas ainda não é o suficiente para alcançarmos melhores resultados, mesmo o Brasil tendo uma grande quantidade de jovens talentos”, afirma Robson. “Nós só precisamos de oportunidades. Afinal, precisamos ter mais chance de competir com lutadores de todo o mundo de igual para igual.”

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, chegou atrasado à luta que deu o ouro a Conceição e entrou no Riocentro quando a disputa já tinha terminado.

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