O Brasil participará nesta semana da
31ª Reunião da Comissão Florestal para a América Latina e o Caribe (Coflac),
evento bienal que, em 2019, acontece em Montevidéu, no Uruguai. O representante
brasileiro esperado no evento é Valdir Colatto, diretor-geral do Serviço
Florestal Brasileiro (SFB), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
A Coflac é uma das comissões da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e a
reunião é usada como um foro para troca de experiências e análise de
“assuntos florestais de interesse regional” dos países participantes.
As discussões sobre as prioridades nacionais e regionais dos países, assim como os acordos e diálogos internacionais sobre o tema, serão levadas em conta pela FAO para o planejamento de políticas de manejo sustentável das florestas dentro das ações de segurança alimentar.
Manejo de florestas
x segurança alimentar
Ao portal G1, Pedro Soust,
diretor-geral da Direção-Geral Florestal do Ministério de Pecuária, Agricultura
e Pesca do Uruguai, explicou que a forma como a sociedade usa suas florestas
afeta diretamente no abastecimento da população. Ele afirmou que a região da
América Latina e o Caribe, 46% de toda a cobertura florestal é feita de
florestas naturais “com alto grau de biodiversidade, que incluem nozes,
frutas, carne selvagem, plantas medicinais, pasto para animais, materiais de
construção (madeira), energia (lenha)”.
Ainda segundo ele, “tudo isso é
fundamental para a segurança alimentar, para os meios de vida das comunidades
que vivem dentro ou perto das florestas, e para toda a sociedade”.
“Além
disso, as florestas são fundamentais para a redução dos efeitos de desastres
naturais, incluindo furacões, tsunamis e ventos”, disse Pedro Soust, do
Uruguai.
Participação
brasileira
Segundo afirmou a assessoria de
imprensa do órgão, Colatto foi indicado a participar do encontro pelo
Itamaraty, e deve fazer uma apresentação na terça-feira (3), em um painel sobre
“florestas e bioeconomia”. Desde 2017, o SFB ocupa uma das
vice-presidências da comissão.
O cronograma da reunião desta semana,
porém, foi definido antes da crise ambiental de focos de queimadas que assola o
Brasil e vários países vizinhos, como a Bolívia.
Segundo a organização do evento, o
cronograma é provisional e possíveis acontencimentos “podem fazer com que
os delegados queiram abordar o tema [das queimadas]. Isso se define na sessão,
mas não se faz previamente”.
Além do painel sobre “bioeconomia”, outros seminários estão previstos, como “manejo integral do fogo”, “biodiversidade, áreas protegidas, comunidades locais” e ações de adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas, como parte da preparação para a COP 25, a conferência climática da ONU, que acontece em dezembro no Chile. O Brasil havia se oferecido para sediar o evento, mas o governo federal retirou a oferta em novembro de 2018, alegando restrições orçamentárias.
Fonte: G1||