Os brasileiros de alta renda – aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações – fecharam o ano de 2010 com R$ 371 bilhões investidos nos bancos, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o mercado de private banking, divulgado nesta terça-feira (8).
Em relação ao ano de 2009, foi registrado avanço de 23% no total de ativos aplicados. Houve crescimento tanto no volume de recursos investidos nos bancos quanto no número de brasileiros milionários. O presidente do Comitê de Private Banking da Anbima, Celso Portásio, destaca que a alta é puxada pela expansão da economia, que gera aumento da renda e aquece o setor empresarial.
O número de clientes subiu de 56.991, em dezembro de 2009, para 63.224, no final do ano passado. Os mais de 6 mil clientes conquistados pelo segmento no período representam aumento de 11% da carteira ao longo do último ano.
Os produtos preferidos dos milionários para aplicar recursos são fundos de investimento, que ficaram com R$ 162,2 bilhões dos ativos desses investidores em 2010. Papéis de renda fixa, como títulos públicos emitidos pelo governo, respondem por R$ 118,6 bilhões. Já as ações de empresas lançadas na bolsa ficam com R$ 68,2 bilhões. Os recursos restantes estão investidos em outros produtos, como poupança e planos de previdência, segundo o levantamento da Anbima.

Risco
Portásio destaca que os milionários preferem aplicações um pouco mais arriscadas, quando comparados com o investidor comum. Um exemplo são os fundos multimercados, que respondem por 50,7% das aplicações dos endinheirados em fundos de investimento. Na média geral do setor, a participação desses fundos, que aplicam em ações, renda fixa, câmbio e derivativos, é de 28%.
A distribuição nacional dos recursos dos milionários indica que São Paulo, maior cidade do país, concentra a maior parte das aplicações, com 55,3% dos recursos. No Rio de Janeiro, estão 18,3%, no estado de Minas Gerais e no Espírito Santo, 5,8%. O Sul responde por 13%, seguido pelo Nordeste, com 5,5%, e pelo Centro-Oeste, com 1,8%. O Norte apresentou número muito pequeno de clientes de alta renda (0,3%).
Portásio avalia que a participação maior de São Paulo é natural, pois o estado tem a maior riqueza do país. No entanto, outras regiões estão mostrando crescimento na participação dos recursos, como Rio de Janeiro, Centro-Oeste e Norte.
Os dados da Anbima foram coletados com os próprios bancos. Esta é a primeira vez que a entidade divulga informações anuais do mercado de private banking. O objetivo da entidade é fazer estatísticas regulares desse mercado, que até o ano passado não tinha dados consolidados. Ao todo, 22 bancos passaram informações à Anbima.

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