A Varkey Foundation anuncia neste domingo (24), por volta das 12h (horário de Brasília), o vencedor do prêmio ‘Global Teacher Prize’, considerado o ‘Nobel da educação’. O prêmio é de US$ 1 milhão. O anúncio será feito nos Emirados Árabes durante o Global Education and Skills Forum (GESF), o Fórum Mundial de Educação e Competências (em tradução livre).

Entre os finalistas está a brasileira Debora Garofalo, que ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo, cercada por quatro favelas famosas pela violência. Ela é a primeira mulher sul-americana entre os 10 melhores professores do mundo.

Em 2018, outro brasileiro ficou entre os 10 finalistas. Diego Mahfouz Faria Lima, diretor de escola de Rio Preto (SP), concorria com quatro propostas que ajudaram a mudar a realidade na escola em que atua. Mas quem venceu foi a professora britânica Andrea Zafirakou com a proposta de incentivar o ensino de artes para desenvolver a criatividade dos alunos e dar maior autonomia.

Em 2017, outro brasileiro também esteve entre os finalistas. O capixaba Wemerson da Silva Nogueira concorreu, mas quem levou o prêmio foi a canadense Maggie McDonnell.

Confira abaixo os 10 finalistas:

  • Andrew Moffat, Reino Unido
Andrew Moffat — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Andrew Moffat — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Moffat atua na Parkfield Community School, em Birmingham, no Reino Unido. A região abriga muitos imigrantes e o inglês é uma segunda língua para eles. Com o programa ‘Sem estrangeiros’, Moffat ensina inclusão e diversidade. Ele também dirige um programa de contra-turno chamado ‘Embaixadores de Parkfield’, que cria oportunidades para as crianças conhecerem outras raças, religiões e cultura.

  • Daisy Mertens, Países Baixos
Daisy Meters — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Daisy Meters — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Daisy trabalha em uma escola comunitária em uma área carente que tem 440 alunos de até 30 nacionalidades diferentes. O desafio é coordenar alunos com diferentes níveis de aprendizagem. Para isso, Daisy procura estimular a participação das crianças no planejamento da própria aprendizagem. De acordo com o site da premiação, o sonho de Daisy é que a participação infantil se torne a nova norma em todas as escolas do mundo.

  • Debora Garofalo, Brasil
Debora Garofalo — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Debora Garofalo — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Débora é professora de tecnologias da Escola Municipal do Ensino Fundamental (Emef) Ary Parreiras, em São Paulo, que fica cercada por quatro comunidades de baixa renda. Para poder pagar sua formação como professora, Debora trabalhou na área de recursos humanos do setor bancário, o que lhe deu a percepção das habilidades que os alunos precisam para ter sucesso no ambiente de trabalho moderno. Ela ensina matérias de tecnologia em uma área carente de São Paulo, cercada por quatro favelas famosas pela violência. Apesar de ser formada em letras, Garofalo criou o projeto “Robótica com sucata promovendo a sustentabilidade”, que já removeu mais de 1 tonelada de lixo das ruas.

Hidezaku Shoto — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Hidezaku Shoto — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Shoto desenvolveu um método de ensino de inglês que traz fluência aos estudantes em que eles precisem viajar ou estudar fora do país de origem. Shoto usa o Skype e o Minecraft para incentivar a comunicação com estudantes de outros países. Por meio dessa atividade, os alunos aprendem novas habilidades, como comunicação, trabalho em equipe, imaginação e raciocínio lógico. Outra maneira que o Hidekazu inovou é conectando diferentes disciplinas acadêmicas usando essas tecnologias. A combinação de assuntos como inglês e programação através do Minecraft também tornou mais manejável para outros professores cobrir esses assuntos.

  • Martin Salvetti, Argentina
Martin Salvetti — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Martin Salvetti — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

A experiência de vida de Salvetti mostrou a ele que os estudantes se envolvem mais nos estudos se estiverem participando de atividades extra-curriculares. Ele montou uma estação de rádio em uma escola da Argentina e fez sucesso. Hoje, a rádio faz transmissões diárias ao longo de 24 horas todos os 7 dias da semana. A iniciativa atrai escolas de toda a região para visitar e aprender com os alunos de Salvetti. Os tópicos abordados são escolhidos pelos alunos e incluem segurança no trânsito, educação sexual e bullying e até já entrevistou as Mães da Plaza de Mayo.

  • Melissa Salguero, Estados Unidos
Melissa Salguero — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Melissa Salguero — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

  • Peter Tabichi, Quênia
Peter Tachibi — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Peter Tachibi — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Tabichi dá aulas em uma escola de ensino médio que fica em uma área remota e semi-árida do Vale do Rift, no Quênia. Estudantes de diversas culturas e religiões enfrentam dificuldades como fome, drogas, gravidez na adolescência, entre outras, para permanecer nos estudos. Apesar dos desafios, Tabichi transformou a escola. Ele fundou um grupo de formação de talentos e expandiu o Clube de Ciências. O resultado é que 60% deles são qualificados para competições nacionais. Os alunos da escola já ganharam vários prêmios, entre eles o da Royal Society of Chemistry após aproveitar as plantas locais para gerar eletricidade.

  • Swaroop Rawal, Índia
Swaroop Rawal — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Swaroop Rawal — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Swaroop tem dois objetivos na vida de professora: ajudar a tornar as crianças mais resistentes, ao ensinar habilidades para a vida, e trazer novos métodos de ensino que ajudassem os alunos e professores a refletir, imaginar e construir seu senso de valor pessoal e de agência. Para alcançar mais crianças, ela desenvolveu uma prática e ensino abrangente que pode ser aplicada desde a crianças de rua até a alunos de escolas de elite. Para isso, ela usa o drama na educação – um método ativo, centrado no aluno, que inclui discussão em grupo, brainstorming, debate, jogos, música e desenho. Na vanguarda desta discussão está a compreensão do mundo e das próprias capacidades.

  • Vladimer Apkhazava, Geórgia
Vladimer Apkhazava — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Vladimer Apkhazava — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Apkhazava dá aulas em uma região pobre do país, com crianças que vão para a aula com fome e alta evasão escolar de estudantes que se mudam para a Turquia com suas famílias em busca de empregos. Ele se engajou em um movimento contra a mão de obra infantil, um problema comum na região. Outra iniciativa foi o programa “Revolução Democrática”, que torna o funcionamento da escola semelhante ao de um governo de verdade. Com isso, a comunicação entre alunos e professores melhorou e os alunos assumiram um papel mais ativo. A influência do programa cresceu e se expandiu para outras 14 escolas.

  • Yasodai Selvakumaran, Austrália
Yasodai Selvakumaran — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Yasodai Selvakumaran — Foto: The Varkey Foundation/Divulgação

Selvakumaran nasceu no Sri Lanka e é reconhecida como uma grande líder na Austrália. Sua experiência de vida lhe ensinou que os tâmiles no Sri Lanka eram um povo discriminado e que não tinha seus direitos atendidos, mas isso não aparecia nos noticiários. Ela passou a questionar por que as vozes dos tâmiles não eram ouvidas. Seu interesse pela história a levou a estudar o reconhecimento de suposições e preconceitos. Atualmente ela leciona em uma escola com muitos aborígenes e ajuda a lutar contra estereótipos.

Critérios de escolha

Professores de todo o mundo podem se inscrever na premiação, desde que atuem ao menos 10 horas por semana em sala de aula e cumpram um currículo escolar reconhecido pelo governo com alunos de quatro a 18 anos. O vencedor será escolhido pelos integrantes da Academia Global Teacher Prize, formada por professores-chefes, especialistas em educação, comentaristas, jornalistas, funcionários públicos, empresários de tecnologia, diretores de empresas e cientistas de todo o mundo.

Confira abaixo os critérios que são levados em conta na premiação:

  1. Empregar práticas instrucionais eficazes que sejam replicáveis ​​e escalonáveis ​​para influenciar a qualidade da educação globalmente.
  2. Empregar práticas instrucionais inovadoras que abordem os desafios específicos da escola, comunidade ou país e que tenham mostrado evidências suficientes para sugerir que podem ser eficazes para enfrentar esses desafios de uma nova maneira.
  3. Alcançar resultados demonstráveis ​​de aprendizado dos alunos na sala de aula.
  4. Impacto na comunidade além da sala de aula, que fornece modelos únicos e diferenciados de excelência para a profissão docente e outros.
  5. Ajudar as crianças a se tornarem cidadãos globais através do fornecimento de uma educação baseada em valores que as equipa para um mundo onde elas potencialmente viverão, trabalharão e socializarão com pessoas de diferentes nacionalidades, culturas e religiões.
  6. Melhorar a profissão docente ajudando a elevar o nível do ensino, compartilhando as melhores práticas e ajudando os colegas a superar os desafios que enfrentam em suas escolas.
  7. O reconhecimento do professor por parte dos governos, organizações nacionais de ensino, professores-chefes, colegas, membros da comunidade em geral ou alunos.

 

Fonte: G1 ||https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/24/vencedor-do-global-teacher-prize-sera-anunciado-neste-domingo-conheca-os-professores-finalistas.ghtml

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