Caminhoneiros fizeram uma manifestação na MG-050, em Divinópolis, nesta terça-feira (1º), contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, decretado recentemente pelo governo federal. O ato integra outras ações em andamento em todo o país.

De acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMR), o movimento durou cerca de 40 minutos e os caminhoneiros pararam no acostamento da rodovia e tentaram colocar pneus para interditar a via, mas os policiais conseguiram evitar o bloqueio.

Os caminhoneiros dispersaram e apenas um pequeno grupo ficou no local, mas não houve retenção no tráfego.

A paralisação nacional dos caminhoneiros reivindica o não aumento de impostos sobre os combustíveis, pede mais segurança nas estradas, tendo em vista que houve corte de verbas destinadas a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal, a aprovação da PL 528/2015, que estabelece o preço mínimo para o Transporte de Carga e a aposentadoria diferenciada para os caminhoneiros.

Em Minas

Caminhoneiros fazem desde a madrugada desta terça-feira (1º) uma manifestação na BR-381, na altura de João Monlevade, na região Central de Minas Gerais, contra o aumento de impostos sobre os combustíveis. Apesar de todos os caminhões serem forçados a parar, veículos de passeio e ônibus passam normalmente pela rodovia.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação teve início por volta das 2h na altura do km 361, em João Monlevade, mas a via já está parcialmente liberada (retidão apenas nos acostamentos dos dois sentidos). Segundo a corporação, 50 caminhoneiros chegaram a atear fogo em pneus no meio da rodovia durante a madrugada. Além disso, manifestantes também chegaram a parar na BR-050, na altura de Uberlândia, no km 81, também durante a madrugada. O ato teve início pouco antes da meia-noite de segunda, mas chegou ao fim cerca de 1h depois.

Ainda segundo a PRF,  há retidão na BR-040, no km 602, em Congonhas.

Por volta das 8h, uma nova manifestação com cerca de 50 caminhoneiros teve início na BR-040, na altura de Paracatu, na região Noroeste do Estado. Os manifestantes chegaram a fechar completamente o trânsito, mas após algum tempo passaram a alternar a liberação do fluxo nos dois sentidos.

Já na região metropolitana de Belo Horizonte, não há nenhum ato nas rodovias, mas os caminhoneiros das transportadoras de combustíveis não estão saindo das distribuidoras, em Betim. “O nosso movimento é diferente, é nas garagens. A gente está na porta da distribuidora da Petrobras, da Ipiranga, da Ale. A previsão é manter assim até ter uma decisão positiva para nossa categoria por parte do governo federal”, disse José Geraldo de Castro, diretor do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustível e Derivado de Petróleo de Minas Gerais (Sindtanque/MG).

O movimento grevista acontece após o governo federal elevar, na semana passada, o PIS/Cofins sobre os combustíveis, elevando o preço da gasolina em cerca de R$ 0,40 o preço do produto, que impacta diretamente em quem trabalha nas estradas.

“Esse reajuste do PIS/Cofins sobre os combustíveis, que tem o objetivo de cobrir o rombo nas contas públicas, decorrente da má gestão, sonegações fiscais de grandes grupos empresariais, da corrupção de políticos inescrupulosos e da compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional, atinge duramente os transportadores com o aumento dos custos do frete, especialmente do diesel, que já corresponde a 55% do total gasto no transporte, e da perda de serviços”, argumenta o presidente d Sindtanque, Irani Gomes.

Movimento independente

O  presidente do Sindicato Interestadual dos Caminhoneiros (SUBC), José Natan, informou ao O Tempo que o movimento deflagrado em João Monlevade nesta terça não foi organizado por sindicatos, mas sim pela própria categoria por meio das redes sociais. “É uma coisa espontânea, então pode vir a surgir novas paralisações em qualquer lugar do Estado”, explica.

Conforme o presidente do sindicato da categoria, apesar de não ser um movimento organizado por eles, muitos caminhoneiros deixaram de carregar por medo do movimento. “Muitos estão parados, quietos, com medo de ficar parado na estrada. Ontem (segunda-feira) eu estava em São Paulo e, estava cheio de carga, mas ninguém queria carregar por medo”, diz Natan.

 

Fonte: G1 e O Tempo ||

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