Após o fim da batalha para conseguirem sucesso nas urnas, os partidos, agora, têm outra preocupação: as dívidas de campanha. Com a arrecadação muito aquém do esperado, ao todo, cerca de 900 candidatos de todo o país saíram do pleito com contas a pagar. Mesmo com o repasse de R$ 286,28 milhões do Fundo Partidário em 2012, o valor estimado das dívidas acumuladas é de R$ 97,5 milhões. Para quitá-las, os partidos contam com repasses das executivas nacionais.
O PT foi o campeão de gastos. Os candidatos da legenda deixaram dívidas de R$ 55,6 milhões. Em segundo lugar, aparece o PMDB, com R$ 11,5 milhões. Com dívidas de R$ 8,8 milhões, o PSDB aparece em terceiro lugar, seguido do PSB, com R$ 8,6 milhões. Até o recém-criado PSD – que disputou a sua primeira eleição em 2012 – saiu do pleito de outubro no vermelho. O partido teve um déficit de R$ 1,8 milhão.
De acordo com a legislação, os partidos não são obrigados a assumirem as dívidas de campanha de seus candidatos. Caso os diretórios municipais decidam acolher as despesas que ficaram, as executivas nacionais da legenda precisam autorizar. Se as siglas não se responsabilizem pelos débitos, os candidatos poderão ter as contas de campanha rejeitadas pela Justiça Eleitoral. Se eleito, o candidato corre o risco, inclusive, de ser impedido de assumir o cargo. As doações de campanha, no entanto, podem ser feitas mesmo após as eleições.
Minas
O Estado de Minas Gerais teve importantes personagens que se endividaram em 2012 na busca da vitória nas urnas. Na capital, por exemplo, o prefeito reeleito Marcio Lacerda (PSB) foi o responsável por R$ 6,63 milhões da dívida assumida pelo seu partido, o que equivale a cerca de 75% do débito total. Lacerda arrecadou R$ 21,54 milhões. As despesas foram de R$ 28,17 milhões. De acordo com o presidente municipal do PSB, João Marcos Lobo, já foram quitados R$ 2,45 milhões da dívida do socialista, pagos, principalmente, com recursos da executiva nacional. O restante, segundo Lobo, será pago em parcelas até o fim do primeiro semestre de 2013.
Em Contagem, na região metropolitana, o candidato derrotado Durval Ângelo (PT) deixou dívida de R$ 3,96 milhões. O petista arrecadou cerca de R$ 4 milhões, mas as despesas chegaram a cerca de R$ 8 milhões. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a petista Margarida Salomão, derrotada na disputa, conseguiu arrecadar R$ 1,479 milhões, enquanto suas despesas foram de R$ 4,8 milhões. As siglas esperam repasses das executivas nacionais para quitar as contas.

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