Um levantamento com base nas atas das convenções partidárias aponta que as 26 capitais do país têm, ao todo, 24.133 candidatos a vereador aprovados pelos partidos para a disputa eleitoral deste ano. As siglas precisam registrar as candidaturas até este sábado (26). As informações são do portal G1.


O número de candidatos ainda pode mudar, já que a Justiça Eleitoral precisa aprovar o registro das candidaturas e pode haver desistências. Apesar disso, já é possível dizer que este ano deve ter recorde de candidatos para as Câmaras Municipais nas capitais.


O número mais alto de candidaturas até então tinha sido registrado em 2016, com 18.934 candidatos a vereador nas 26 capitais. Se confirmados todos os candidatos de 2020, o aumento será de 27% e estas eleições terão o maior número dos últimos 20 anos. As informações das eleições municipais anteriores são do repositório de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


O último dia permitido para a realização das convenções, eventos em que os candidatos são oficializados pelos partidos, foi quarta-feira passada (16). Um outro levantamento mostra que o aumento também deve ser recorde nas candidaturas às prefeituras das capitais.


Em metade das capitais, o aumento de candidaturas a vereador deve ser superior a 40%. A maior alta é verificada em Maceió (AL), onde o número de candidatos a vereador pulou de 233 para 563 na comparação das eleições de 2016 e 2020 (+142%).
Em seguida, Vitória (ES) e Rio Branco (AC) registram um aumento de 68% e 67% no número de postulantes às Câmaras Municipais, respectivamente. Em São Paulo, onde há 55 cadeiras para vereador, o número saltou de 1.315 para 1.927, o equivalente a uma alta de 47%.


Por enquanto, considerando as 26 capitais, apenas Recife (PE) e Manaus (AM) apresentam menos candidatos a vereador nestas eleições em comparação com 2016. No Recife, o número de candidaturas passou de 965 para 901 (-7%). Em Manaus, a redução foi de 1.411 para 1.370 (-3%).


Considerando o número de vagas nas Câmaras Municipais, a competição deve ser maior em Belo Horizonte (MG), que registra 39 candidatos para cada cadeira disponível (no total, são 1.584 candidaturas e 41 vagas). Logo depois aparecem Salvador (BA), com 36 candidatos por vaga, e Rio de Janeiro e São Paulo, ambas com 35.


Razões para o aumento
Para Bruno Carazza, autor do livro “Dinheiro, Eleições e Poder”, esse aumento se deve, principalmente, ao fim das coligações para eleições proporcionais (vereador, deputado estadual e deputado federal). Esta é a primeira eleição em que tal mudança passa a valer, apesar de a emenda da reforma política que fez a alteração ter sido promulgada em 2017. Ele lembra, porém, que as coligações ainda são permitidas nas eleições majoritárias (prefeito, presidente, governador e senador).


“Os partidos vão ter que lançar muita gente para tentar ganhar o maior número de votos possível e tentar emplacar alguém na Câmara Municipal. Isso acabou gerando uma pulverização de candidaturas, e cada partido tende a ter um incentivo de lançar muitos candidatos porque assim tem mais chances de conseguir os votos para o quociente eleitoral”, diz o professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.

O quociente eleitoral define quantos votos cada partido precisa alcançar para conseguir uma cadeira no Legislativo (exceto no Senado, que faz parte da eleição majoritária). Para chegar a esse número, a Justiça Eleitoral calcula o total de votos válidos (excluindo votos brancos e nulos) e verifica o número de vagas em disputa. Se forem 100 mil votos e dez cadeiras, por exemplo, o quociente eleitoral é 10 mil.

Fonte: G1

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