Belo Horizonte tem 27 mil imóveis com larvas do vetor da dengue. A estimativa faz parte do último Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). A pesquisa é feita por amostragem e revelou que 3,4% das residências contêm focos do mosquito. A Região de Venda Nova concentra a maior quantidade de reservatórios. De cada 100 residências, em cinco o vetor foi encontrado.
Exames da Fundação Ezequiel Dias (Funed) constataram que circulam pela capital os vírus Den 2 e Den 3. Juntos, eles apresentam maior potencial para causar formas graves da enfermidade, incluindo manifestações hemorrágicas e complicações neurológicas.
Já foram confirmados 1.360 casos de dengue na capital, sendo que 119 dos pacientes eram crianças. Os menores de 14 anos representam quase 10% dos infectados e estão entre os grupos mais vulneráveis às formas graves da doença.
No início do ano, a pesquisa de índice larvário detectou que 1,9% dos imóveis tinha focos do mosquito. O último resultado mostrou um aumento de 12 mil casas infestada, em um período de três meses. Latinhas, garrafas PET e baldes representam 32% dos reservatórios. Foram visitados 34,3 mil imóveis e, desse total, 1,1 mil apresentavam larvas. Na projeção, a média da cidade é que 3,4% dos imóveis tenham focos do vetor. Por isso precisamos reforçar o nosso alerta, pois existe uma grande dispersão do mosquito pela cidade. É importante que todos se conscientizem e façam a sua parte?, afirma a bióloga da gerência de Zoonoses da SMSA, Fernanda Menezes.
Segundo a bióloga, em períodos de chuva, os objetos deixados nos fundos de quintais se tornam os principais focos para a proliferação. Na seca, os pratinhos de plantas são os principais hábitats do mosquito. No último grande mutirão na Região Nordeste, 250 toneladas de objetos ? que servem como reservatórios ? foram recolhidas nas casas dos moradores dessa área. ?A dengue precisa ser avaliada levando em consideração vários fatores. Apesar de a Região de Venda Nova contar com maior número de focos, identificamos que há mais vírus circulando na Nordeste, devido à quantidade de pessoas contaminadas. Para termos transmissão é preciso ter vetor, pessoas suscetíveis e vírus circulando?, informa Fernanda Menezes.

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