O governo dá uma mordida de pelo menos 29% nos produtos típicos de Natal. No entanto, a carga tributária embutida nos preços finais de itens bastante consumidos nessa época do ano pode chegar a quase 70%.  É o que mostra o levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), feito a pedido da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

“De forma geral, a carga tributária é alta em todos os itens da lista, pois a mínima está acima dos 29%, de tender, frios e peru. O mais tributado é o vinho importado, com 69,73%, porque há uma taxação maior devido à incidência do imposto de importação, e há também o impacto da alta do dólar”, analisa o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.

Fugir para o vinho nacional na tentativa de escapar da fúria dos impostos altos até significa uma alíquota menor, mas, ainda assim, bastante elevada. Sobre a versão brasileira da bebida incidem taxas de 54,73%.

Outras bebidas estão no topo do ranking, como espumante (59,49%) e cerveja (55,60%), considerada paixão nacional e companheira inseparável do churrasco.

As menores taxações, que variam de 36% a 29%, estão nos alimentos tradicionais da cesta natalina: azeitonas (36,5%); castanhas, frutas cristalizadas e nozes (36,45%); panetone (34,63%); peru, frios e tender (29,32%).
“Os alimentos não têm incidência do IPI, ao contrário das bebidas alcoólicas e refrigerantes, por exemplo”, afirma Burti.

Ele lembra que, apesar de toda a arrecadação e do apetite da União, ainda há um rombo de mais de R$ 100 bilhões nas contas públicas, segundo estimativas.  “Os consumidores, que são grandes contribuintes, esperam não ter que tapar esse buraco por meio de aumento de impostos. Ao futuro governo cabe cumprir o que prometeu e controlar os gastos públicos”, conclui.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

COMPATILHAR: