O Carnaval chegou e os alertas em torno das doenças sexualmente transmissíveis se intensificam. Algumas, como o HIV, já são bastante conhecidas. Porém, existe uma que não recebe muita atenção e que pode até levar à infertilidade: a clamídia. No Brasil, não há monitoramento da evolução da doença nos últimos anos, mas, segundo levantamento realizado em 2011 pelo Ministério da Saúde, quase 10% das mulheres entre 15 e 24 anos, atendidas pelo Sistema Único de saúde (SUS), estavam infectadas pela doença.

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a clamídia responde por aproximadamente 25% dos casos de infertilidade – 15% nas mulheres, e 10% nos homens. Segundo a organização, a clamídia é reconhecida como a principal causa evitável de infertilidade.

Causada por uma bactéria, a doença age silenciosamente, provocando inflamações e lesões que comprometem o funcionamento dos órgãos reprodutivos femininos, em especial, as trompas de Falópio. Geralmente, a clamídia não apresenta sintomas, e isso faz com que a maioria das pessoas não se preocupe com ela.

“A trompa atingida pode perder tanto os mecanismos de captação do óvulo, como os de fertilização e posterior condução do embrião formado até o útero. Como consequência, a mulher pode ter dificuldade para engravidar ou ter uma gravidez nas trompas, que oferece riscos”, explica a ginecologista Cláudia Navarro, membro do corpo clínico do Laboratório de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da UFMG e diretora clínica da Life Search. “Muitas mulheres que buscam tratamento para ter filhos descobrem que o motivo da dificuldade é uma alteração tubárea (das trompas) que pode ter sido ocasionada pela presença dessa bactéria”, complementa.

 

Camisinha é a principal prevenção

Usar preservativo em todas as relações sexuais ainda é a melhor maneira de se evitar a doença. Além de não apresentar sintomas, na maioria dos casos, a clamídia também não é facilmente diagnosticada em exames ginecológicos de rotina. Por isso, é preciso que a paciente peça ao médico exames de sangue específicos. Caso dê positivo, o especialista realiza raio-x das trompas para saber se o contato com a bactéria gerou algum dano. O tratamento é feito com antibióticos. Depois de curada, a mulher poderá engravidar normalmente. Nos casos mais avançados, pode ser necessária a retirada das trompas, e a única opção para engravidar são os métodos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro. 

 

Fonte: Blog Receituário – Portal Uai||http://blogs.uai.com.br/receituario/2018/02/08/carnaval-e-importancia-da-prevencao-contra-dsts/

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