Mais de meio milhão de peixes, o equivalente a uma biomassa de 11,7 toneladas, foram soltos nas regiões do Triângulo, Alto Paranaíba, Sul, Norte de Minas, Campo dos Vertentes e Vale do Jequitinhonha em ações de preservação e educação ambiental em 2010.
A soltura, promovida pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), por meio do programa Peixe Vivo, aconteceu em 65 peixamentos realizados em mais de 40 municípios mineiros que fazem parte das bacias dos rios Grande, Paranaíba, Pardo e Jequitinhonha. A maior parte dos eventos teve a participação de representantes das comunidades locais, em um trabalho para sensibilizar a população sobre a importância de preservar nossos ecossistemas.
A Estação Ambiental de Volta Grande, em Conceição das Alagoas, no Triângulo Mineiro, foi responsável pela produção de 3,8 toneladas de peixes. Já a Estação Ambiental de Itutinga, no Sul de Minas, forneceu o maior número de alevinos para soltura no Alto Rio Grande: 342 mil. Dentre as espécies produzidas em cativeiro, a curimba, o peixe mais capturado por pescadores em rios mineiros foi o destaque. Mais de 390 mil espécimes foram utilizadas nas ações de repovoamento, sendo 320 mil na bacia do Rio Grande.
A iniciativa também favorece a geração de renda nessas regiões, pois parte da produção é realizada em parceria com produtores rurais, que recebem insumos, pós-larvas e assistência técnica. Em contrapartida, a Cemig recebe metade da produção, enquanto a outra metade é comercializada pelo próprio produtor.

Temporada 2011
A temporada de peixamentos de 2011 começou no Norte de Minas dentro do Programa Peixe Vivo, criado para preservar a ictiofauna nas bacias hidrográficas onde a empresa tem usinas. No dia 12 de janeiro, foi realizado um evento na Bacia do Rio Pardo, no município de Águas Vermelhas, quando foram soltos mais de 10 mil alevinos da espécie curimba.
Neste mês, começa a soltura de alevinos de espécies nativas em outras bacias. Nesta quinta-feira (10), a Cemig realizou um peixamento na praia do Rio Jequitinhonha. A previsão é de soltura de mais de 5 mil alevinos também de curimba.

Avaliação da Eficiência
Uma novidade do programa Peixe Vivo é o início do projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) Avaliação da Eficiência de Peixamentos, uma parceria da Cemig com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Basicamente, o projeto consiste no monitoramento dos espécimes soltos e também na extração de amostras genéticas para formação de um banco genético.
Dos 320 mil alevinos de curimba soltos na bacia do Rio Grande, 4 mil foram destinados a essa pesquisa. O monitoramento é feito por meio de marcadores físicos, chamados ?marcadas codificadas?, que são introduzidos nos alevinos antes da soltura. Os marcadores permitem que os cientistas analisem o tempo de sobrevivência, o crescimento e a reprodução dos espécimes quando recapturados. Dessa forma, é possível avaliar a eficiência das medidas de manejo e fazer projeções para as posteriores solturas, identificando, por exemplo, os melhores locais para sua realização.
O estudo tem obtido sucesso na extração, amplificação e sequenciamento de um dos marcadores genéticos. Os resultados obtidos a partir do conjunto desses marcadores permitirão ampliar a caracterização genética das matrizes. O DNA extraído e identificado ficará armazenado em um banco com intuito de conservar informações diversas, incluindo o conhecimento histórico da diversidade das matrizes utilizadas na Estação de Volta Grande.

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