A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) ofereceu ao governo federal R$8 bilhões para que sejam renovadas as concessões das quatro usinas hidrelétricas da empresa que irão a leilão em setembro. Em troca, a companhia desistiria das ações judiciais que move contra a União. A informação é do PSDB.

A Cemig foi à Justiça na tentativa de impedir o leilão e renovar, automaticamente, a concessão para exploração das usinas. 

O valor proposto pela Cemig é inferior aos R$11 bilhões que o governo federal pretende arrecadar com o leilão das usinas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. 

Na terça-feira (26), o presidente da Companhia, Bernardo Salomão, levou a proposta ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele estava acompanhado dos deputados federais Domingos Sávio, que preside o PSDB mineiro, e Fábio Ramalho (PMDB), líder da bancada mineira. 

Carta aberta assinada por lideranças estaduais, dentre elas o governador Fernando Pimentel (PT), diz que, se a Cemig perder a concessão das quatro usinas, reduzirá em 50% a capacidade de geração de energia.

O imbróglio tornou-se suprapartidário. Ele teve início quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) lançou novas regras para a renovação dos contratos. O governador mineiro era tucano. A Cemig não concordou e não aderiu às regras. Quem aderiu  obteve a renovação antecipada. 

A Companhia mineira sustenta que, por contrato, teria que ter direito à renovação automática. Vencidos os contratos, a Cemig continuou a operar as usinas até que fosse feito o leilão pelo governo federal. O que ocorrerá em setembro. Como não concordou com as regras de Dilma, o PSDB apoia o pleito de Pimentel. E o governador petista defende a renovação automática dos contratos de concessão, pois, conforme carta assinada por ele, a empresa perderá e muito caso o leilão resulte na perda das operações das hidrelétricas em questão pela Cemig.

O problema é que o governo federal está à beira do abismo fiscal. Precisa fazer caixa e mostrou que o fará a qualquer custo. Na ponta do lápis, a proposta da Cemig não é ruim. O governo federal teria que pagar cerca de R$ 1,5 bilhão dos R$ 11 bilhões que receberia da Companhia mineira, pelas benfeitorias feitas. Se forem a leilão, as usinas poderiam render um pouco mais. Porém, seria a chance de uma solução política para apaziguar um problema que pode tornar-se insustentável à Cemig. 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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