O coronavírus tem gerado efeitos negativos na economia brasileira.

As pessoas não circulam e são proibidas de estarem aglomeradas. Com isso, não viajam, não vão a cinemas, compram somente o essencial (em supermercados, farmácias) e ocasionam prejuízos para as empresas (de aviação, de ônibus, de metrô, de turismo, hotéis, cinemas, bares, restaurantes, concessionárias de serviços públicos, shoppings, etc.).

Apesar da economia paralisar, todos continuam a ter compromissos fixos (salários, aluguéis, energia, água, etc.) e temos o risco de falências e do aumento do desemprego.

A alternativa é adotar uma política keynesiana, criada por John Maynard Keynes (1883-1946), economista, fundador da macroeconomia e influenciador da necessidade de gastos públicos para solucionar recessões.

Por ela, o poder público pode intervir, relativizar o teto de gastos e adotar medidas fiscais e monetárias, -intervencionistas, assistencialistas e de bem-estar para o povo e as empresas-, com vistas a debelar a perda de renda das pessoas, preservar as empresas e o emprego, e garantir a retomada dos agentes econômicos.

Especificamente é preciso agilizar ações para adaptar o crédito (aos tempos de dificuldades), criar incentivos fiscais (adiamento de pagamento de impostos, isenção, subsídio, etc.), adotar política monetária expansionista (liberação valores para as pessoas e empresas, renda mínima, compra de dívidas, etc.).

Nesse sentido, Jerome Powell, do Federal Reserve, Fed, afirmou serem necessários esforços agressivos para evitar a perda de empregos, de renda e problemas de solvência das empresas.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica ser preciso ação sincronizada das grandes economias para adotar medidas econômicas para minimizar os efeitos do coronavírus, nos moldes do Plano Marshall, – plano dos Estados Unidos de ajuda econômica para a recuperação dos países europeus após o fim da 2ª. Guerra Mundial -.

Para isso, o momento não é de termos um ministro da Economia, no estilo de Paulo Guedes, com perfil liberal, -defensor de um Estado mínimo-

A sua inadequação ficou evidenciada, quando o governo federal publicou a Medida Provisória 927, dia 22 deste mês, onde o artigo 18 previa a possibilidade de suspensão dos contratos de trabalho, por 4 meses, sem pagamento dos salários. Com a reação negativa, no dia 23, o presidente Jair Bolsonaro revogou o referido artigo e manifestou a intenção de anunciar medidas para contemplar os interesses das diversas partes, inclusive com auxílio público para arcar com parte dos salários.

Fica evidenciada a falta de empatia da atual equipe econômica com as necessidades das pessoas. É preciso ter um olhar mais abrangente para preservar a renda das pessoas e das empresas.

Logo, o momento não é de “chamem o Guedes” e sim de “chamem um keynesiano”, para abrir mão de austeridade fiscal e, assim, proporcionar ajuda pública aos brasileiros.

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