Minas Gerais já contabiliza 30 cidades afetadas neste período chuvoso, e o número tende a crescer uma vez que a previsão é de que a chuva não dê trégua pelo menos até nesta quinta. Três delas decretaram situação de emergência, e várias sofreram danos estruturais, principalmente ligados a desabamentos, inundações e alagamentos. De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), em Minas já são 1.636 desalojados e 625 desabrigados.

A última cidade afetada foi Santana do Riacho, na região Central do Estado. No município, o Corpo de Bombeiros resgatou uma família, que ficou ilhada pela água do rio Paranaúna. Além disso, as ocorrências continuam em Belo Horizonte, onde, nesta terça, um barranco desabou na avenida Raja Gabaglia, no bairro Santa Lúcia, na região Centro-Sul. Ninguém se feriu. Em Santana do Riacho, o Corpo de Bombeiros resgatou uma senhora ilhada nesta terça. A chuva também comprometeu uma ponte da cidade.

Em Além Paraíba, na Zona da Mata, 1.620 residências estão localizadas em áreas de risco de desabamento por causa da chuva, que causou inundação no fim de semana, mas, até nesta terça, nenhuma família havia sido retirada de casa. “O município tem muitas encostas, e, por isso, o risco de desabamento existe, mas, até agora, não consideramos necessário retirar as famílias de casa”, afirmou o coordenador de Defesa Civil, Renato Miranda.

No caso de Itamonte, no Sul de Minas, não chove há três dias, mas os moradores do município ainda não conseguiram retomar a rotina, após 72 horas ininterruptas de chuva no fim de semana. O rio Capivari transbordou, 80% do centro da cidade ficou alagado, e 40 pessoas foram desabrigadas. “Agora estamos cadastrando as vítimas e contabilizando os danos para distribuir os donativos que estão chegando”, afirmou o agente de Defesa Civil da cidade, José Carlos Gonçalves.

Em Três Corações, na mesma região, 106 pessoas desalojadas foram encaminhadas para abrigos da Prefeitura depois da chuva do fim de semana. De acordo com a secretária adjunta de Meio Ambiente do município, Renata Borges, apesar de o rio da cidade continuar subindo cerca de 1,5 cm por hora, a situação está controlada. “Graças a Deus não tem mais previsão de chuva por enquanto, e as famílias que estavam em risco estão seguras”, pontuou.

Parte dos donativos encaminhados às famílias afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas, foram enviadas às vítimas da chuva em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte. Foram encaminhados cerca de 4  tonelada de doações, entre mantimentos, cobertores e kits de higiene. O material enviado não havia sido usado pelas vítimas de Mariana.

A resistência das famílias em deixar as casas localizadas em áreas de risco e a persistência da chuva em Sabará, na região metropolitana, fizeram a prefeitura da cidade aumentar de seis para dez o número de vistoriadores da Defesa Civil. Até o momento, 400 pessoas foram para abrigos, e cerca de 40 mil residências (um terço do total) estão em área de risco.

 

Média de chuva

A previsão é de que a chuva continue pelo menos até nesta quinta (21) em todo o Estado e a temperatura deve variar entre 18º e 28º. Segundo o meteorologista do Tempo Clima, da PUC Minas, Claudemir Felix , essa chuva é em decorrência de áreas de instabilidade, associadas à Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é a umidade que vem da região Amazônica. “É um fenômeno característico do verão. As pessoas estão estranhando porque as chuvas, nos últimos anos, foram apenas em pancadas, e, agora, estão bem distribuídas”, afirma o especialista.

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/cidades/chuvas-j%C3%A1-castigam-30-cidades-1.1215827

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