Uma vacina experimental contra a malária teve um desempenho promissor em crianças africanas, segundo os resultados preliminares de um teste clínico divulgados esta quarta-feira (14) nos Estados Unidos.
Os resultados deste estudo preliminar (em fase 1) em Burkina Faso são muito animadores, disse Louis Miller, ex-chefe de desenvolvimento de vacinas contra a malária dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI, na sigla em inglês) americanos.
Os resultados iniciais demonstraram um efeito protetor significativo contra a malária durante o período de acompanhamento, mas devem ser feitos estudos clínicos mais amplos para confirmar a eficácia desta vacina em potencial, denominada MSP3, afirmaram os especialistas.
O teste clínico de fase 1, cujos dados serão publicados na edição desta quinta-feira (15) da revista New England Journal of Medicine, foi aplicado em 45 crianças de 12 a 24 meses divididos em três grupos. O primeiro recebeu uma dose de 15 microgramas da vacina MSP3; o segundo, uma dose de 30 microgramas, e o grupo de controle, uma vacina contra a hepatite B.
A incidência de malária foi de três a quatro vezes menor nas crianças imunizadas com a vacina do que naquelas que receberam a da hepatite B. Os médicos que realizaram este teste clínico constataram nos dois grupos vacinados com diferentes doses uma semelhança, tanto nos anticorpos gerados pelo organismo quanto na proteção observada.
A malária é uma doença devastadora, causadora de 800.000 mortes registradas em 2009 na África subsaariana – a maioria, crianças menores de cinco anos -, apesar dos avanços feitos para combatê-la nos últimos anos. A infecção é causada pelo parasita ´Plasmodium falciparum´, transmitido por fêmeas do mosquito Anopheles.
A complexidade deste parasita variável explica porque é tão difícil desenvolver uma vacina suficientemente eficaz para evitar a doença, explicaram os cientistas.

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