O total de rendimentos da população brasileira deve chegar a R$ 1,38 trilhão em 2010. A classe C ainda deve abocanhar a maior fatia do bolo, com R$ 427,6 bilhões. Mas a segunda posição, que tradicionalmente fica com a classe B, neste ano terá novo dono. Segundo os cálculos do Instituto de Pesquisa Data Popular, a massa de renda das famílias da classe D vai chegar aos R$ 381,2 bilhões, superando o montante de R$ 329,5 bilhões das famílias da classe B.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Renato Meirelles, isso significa que os mais pobres vão poder comprar mais do que os mais ricos. É a primeira vez que a classe D passa a ser o segundo maior extrato social em termos de consumo, afirma Meirelles.
A pesquisa apontou que a reviravolta no ranking de consumo das classes sociais reflete as condições favoráveis da economia para as camadas menos favorecidas. O principal fator seria o aumento do salário mínimo, que é o maior indexador do pagamento destes trabalhadores. Para se ter uma ideia, entre abril de 2003 e janeiro deste ano, o mínimo teve aumento real (descontada a inflação no período) de 53,7%.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o aumento do nível de emprego também deixou a classe D com maior poder de compra.
Nos últimos 12 meses, o desemprego caiu 22,7% na região metropolitana de Belo Horizonte. Em junho, apenas 8,5% da população economicamente ativa estava desempregada, o menor índice desde 1995. Isso significa que um total de 211 mil pessoas estavam fora do mercado de trabalho. Houve maior oferta de vagas nos setores de serviços, emprego público, limpeza e conservação. E são exatamente os setores que coincidem com o perfil das famílias mais pobres, explica o coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese, Mário Rodarte.
PIB
A pesquisa da Data Popular levou em conta as atuais projeções otimistas para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Segundo economistas, as previsões apontam para um crescimento de 7% em 2010. As boas expectativas para a economia indicam que, de uma maneira em geral, o consumo continuará em alta.

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