Na reunião do Legislativo, na segunda-feira (24), uma carta enviada pela Clínica de Saúde Fisiocenter Itaúna Ltda foi lida em plenário. O vereador Eugênio Vilela/PV explicou que o documento chegou na Câmara Municipal no dia 15 deste mês.
?Há dois meses, o advogado desta empresa me procurou e me falou sobre o que estava nesta carta. Eu disse a ele que precisávamos de documentos que comprovassem o que ele havia me dito. Ele voltou aqui com os documentos, com uma série de irregularidades na questão de remoção de pacientes, por meio da Secretaria de Saúde. Já havia um processo em aberto no Ministério Público, sobre a questão e essa documentação foi enviada ao Ministério Público, que já está a frente e tomando as devidas providências?, ressaltou o vereador.
Na carta enviada pela clínica por meio do escritório de advocacia, Leitte e Oliveira Jr, ressalta que ?é com muita tristeza que vimos por meio desta carta externar a decepção e as humilhações que a empresa Clínica de Saúde Fisiocenter Itaúna Ltda foi obrigada a passar durante a prestação de serviços de remoção de pacientes em UTI Móvel na cidade de Formiga.
Quando do início da prestação de serviços, nós pudemos nos reunir e explicar perante vossa senhoria, todos os absurdos que estavam sendo cometidos tanto pela Secretaria Municipal de Saúde, quanto pela empresa Med Castro Ltda, no intuito de privatizar e monopolizar o setor de saúde nesta cidade.
Acontece que apenas 180 dias após o início da prestação dos serviços da Fisiocenter no município, e após ameaças explícitas, vide boletins de ocorrências anexos, a Prefeitura de Formiga cancelou de forma unilateral o contrato com nossa empresa, sem ao menos respeitar o devido processo administrativo.
A quantidade de absurdos, crimes e contravenções penais que acreditamos tenham sido cometidas pelos funcionários da Secretaria de Saúde e pela ?máfia da saúde? de Formiga, para prejudicar a Empresa Fisiocenter é vergonhosa.
Esta organização ilícita é claramente coordenada pelos senhores Leopoldo castro, dono da Med castro e Paulo Sérgio, coordenador do Pronto atendimento Municipal e, não apenas eles, nas todos aqueles que acreditamos estarem envolvidos já foram denunciados frente ao Ministério Público Estadual e a Polícia Federal.
Mais de 400 laudas de documentos e declarações foram juntadas às denúncias, e tomamos a liberdade de apresentar estas denúncias bem como os documentos a vossa senhoria para que possa compreender a gravidade dos fatos. Apresentamos nossa irresignação pela forma ilícita com a qual estão tentando nos retirar do município de Formiga, para que o mesmo possa tomar providências que achar necessárias frente a administração pública?.

Na Secretária de Saúde
Procurada pelo jornal Nova Imprensa e pelo portal Últimas Notícias, a secretária de Saúde, Luíza Flora, explicou que os serviços da empresa foram dispensados porque eles não cumpriram o objetivo do contrato. ?A gente deu chances para eles se justificarem, mas nenhuma justificativa foi plausível. Chegavam atrasados, demoravam a chegar e quando conseguimos vagas em Belo Horizonte ou Divinópolis temos que sair correndo. Nós tivemos ameaça de médico não aceitar lá porque estava atrasado. A gente pediu para que eles se justificassem, apresentassem uma coisa legal, mas nenhuma coisa foi justificada. Já estamos fazendo outra licitação para a contratação de uma outra empresa. Já estamos nos finalmentes?, disse.
Na Med Castro
Em entrevista à redação, um dos responsáveis pela Med Castro, o médico Leopoldo Castro, destacou que a empresa não tem nada a ver com o ocorrido. ?O que eu estou sabendo é que eles participaram da licitação, inclusive nós perdemos para eles. O que eu fiquei sabendo por alto é que o serviço não estava sendo realizado de acordo com o combinado. Por exemplo, tem até carta de outros hospitais de outras cidades denunciando, que os serviços não estavam sendo apresentados adequadamente. Ouvi falar que não estavam atendendo no prazo determinado, pois a licitação exige que cheguem em meia hora de antecedência. Da parte da Med Castro não fizemos denúncia nenhuma, isso não tem nada haver com a gente?.
Outras polêmicas envolvendo serviços de UTI móvel
Em outubro do ano passado, o médico plantonista do Pronto Atendimento Municipal (PAM), Carlos José Franco, enviou uma carta ao Legislativo ressaltando a situação do Pronto Atendimento Municipal (PAM). Nas palavras dele, a ?permissividade? da secretária de Saúde, Luíza Flora, e o ?comportamento austero? e tirano do coordenador do PAM, Paulo Sérgio, e sobre os serviços prestados pela Med Castro.
Em seguida, o médico e um dos sócios da empresa Med Castro, Leopoldo de Castro, enviou na semana seguinte, uma carta à Câmara Municipal com esclarecimentos.
No mês seguinte, Leopoldo Castro esteve novamente no plenário da Câmara, porém, a advogada da empresa, Adriana Prado Oliveira, foi quem fez uso da ?Tribuna do Povo? para prestar mais esclarecimentos sobre a polêmica.
Na semana seguinte, um dos sócios da empresa Santa Maria Ambulâncias, Geraldo Magela de Faria, esteve na reunião da Câmara Municipal e respondeu às afirmações feitas, na semana anterior, pela advogada da Med Castro.

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