O posicionamento da nova chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, sobre o texto do novo Código Florestal pode indicar o primeiro embate da ministra com a presidente Dilma Rousseff. Como senadora, Gleisi defendeu o texto do novo código no plenário do Senado no dia 9 de maio, duas semanas antes de o projeto, que teve Aldo Rebelo (PCdoB-SP) como relator, ser aprovado na Câmara dos Deputados.
Paranaense, a ministra da Casa Civil saiu em defesa da agricultura familiar. O relatório do Aldo Rebelo conta com forte aceitação entre produtores do meu Estado, o Paraná. Ali, 86% dos estabelecimentos rurais são da agricultura familiar, disse a ministra, recém empossada no lugar de Antonio Palocci.
Ela defendeu a dispensa de recuperação da reserva legal para propriedades de até quatro módulos fiscais, que, no Paraná, abrange propriedades de cerca de 80 hectares em média, segundo Gleisi. Das quase 380 mil propriedades rurais no Paraná, cerca de 320 mil serão beneficiadas se essa medida for aprovada, disse a ministra.
O texto foi aprovado na Câmara no dia 24 de maio, contrariando as expectativas do Palácio do Planalto.
Decreto
Para ganhar tempo na negociação sobre o novo Código Florestal, a presidente Dilma assinou, ontem, o decreto que prorroga até 11 de dezembro o prazo para que os produtores rurais demarquem as reservas legais de suas propriedades. Assim, os agricultores têm mais seis meses, tempo considerado suficiente pelo governo para concluir a votação do código. A decisão será publicada hoje no Diário Oficial da União.
Essa é a quinta vez que o governo dá mais tempo para que os agricultores estipulem suas reservas. O prazo expiraria amanhã.

COMPATILHAR: